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Maioria da população quer agir contra a crise climática e está disposta a pagar por isso

Pesquisa inédita realizada em 125 países mostra apoio massivo da população mundial à luta contra o aquecimento global

Um dos estudos mais abrangentes já feitos sobre atitudes individuais em relação às mudanças climáticas, entrevistou quase 130 mil pessoas revelando um forte apoio mundial à ação climática. A pesquisa, conduzida no âmbito da Gallup World Poll 2021/2022, abrangeu 96% das emissões globais de gases de efeito estufa, 96% do PIB mundial e 92% da população global.

Principais resultados:

  • 69% dos entrevistados estariam dispostos a contribuir com 1% do seu rendimento mensal para combater o aquecimento global.
  • 86% aprovam normas sociais pró-clima, afirmando que as pessoas nos seus países “deveriam tentar combater o aquecimento global”.
  • 89% pedem para que os seus governos façam mais para enfrentar as mudanças climáticas.

Apesar dos dados otimistas, o estudo identificou um fenómeno de ignorância pluralística: os indivíduos subestimam a disposição dos seus concidadãos em agir, o que pode dificultar a mobilização coletiva.

A investigação mostra ainda que muitas pessoas se comportam como cooperadores condicionais — estão mais dispostas a agir se acreditarem que os outros também agirão. No entanto, devido à percepção errada de que a maioria não está disposta a colaborar, existe o risco de uma espiral de inação.

Diferenças entre países A disposição a contribuir varia bastante entre as nações, oscilando entre 30% e 93%. Em 114 dos 125 países, mais da metade dos entrevistados está disposta a contribuir com 1% do seu rendimento mensal.

Curiosamente, países mais vulneráveis às mudanças climáticas apresentaram maior disposição para contribuir. Há uma correlação negativa significativa entre Produto Interno Bruto (PIB) per capita e a disposição de contribuir (coeficiente ρ = -0,47; P < 0,001): nos países mais ricos, 62% da população mostrou-se disposta a contribuir, enquanto nos mais pobres, esse número sobe para 78%. Além disso, em 119 dos 125 países, mais de dois terços dos cidadãos apoiam normas que incentivam o combate ao aquecimento global e em mais da metade dos países, acima de 90% dos entrevistados afirmaram que seus governos deveriam intensificar os esforços contra as mudanças climáticas.

Os resultados do estudo revelam ainda que a disposição de contribuir (WTC, willingness to contribute) para ações contra as mudanças climáticas é positivamente relacionada com a temperatura média anual — países mais quentes tendem a ter maior disposição (de 64% nos países mais frios para 77% nos mais quentes). Isso pode acontecer porque esses países já sentiram mais impactos do aquecimento global.

Um artigo do The Guardian diz ainda que os chineses, o maior poluidor do mundo, estavam entre os mais preocupados, com 97% afirmando que o seu governo deveria fazer mais para combater a crise climática e quatro em cada cinco estavam dispostos a doar 1% do seu rendimento. O segundo maior poluidor do mundo, os EUA, ficou perto do fim da lista, mas ainda assim três quartos de seus cidadãos afirmaram que seu governo deveria fazer mais e quase metade estava disposta a contribuir.

“Mesmo nos petroestados da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, a grande maioria – cerca de 80% – estava disposta a doar 1% do seu rendimento para ações climáticas. Não se sabe quantos deles desejavam mais ação governamental: esses países não permitiram que a pergunta fosse feita”, termina o The Guardian

Estudo completo aqui

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