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Águas costeiras uma fonte subestimada de metano

As zonas costeiras são pontos críticos de emissão de metano. À medida que as alterações climáticas remodelam estes sistemas, torna-se urgente ver como evoluirão e como as podemos mitigar

Embora as fontes de metano produzidas pelo homem estejam bem estudadas, as fontes naturais, como as águas costeiras, continuam a ser menos conhecidas. Estes ecossistemas pouco profundos e dinâmicos são ricos em metano e, como a água é mais rasa os micróbios que comem metano (metanotróficos) têm pouco tempo para o decompor antes de este se libertar para a atmosfera.

O estudo investigou três regiões: a zona de infiltração de Doggerbank no Mar do Norte, o Mar de Wadden holandês e as águas costeiras perto de Svalbard, no Ártico. Os resultados revelaram que as emissões de metano são altamente influenciadas por fatores naturais como as marés e as alterações sazonais, que também afetam a atividade dos micróbios que comem metano.

Informações sobre o Mar de Wadden, o Mar do Norte e o Ártico

No Mar de Wadden, os níveis e as emissões de metano foram mais elevados durante as estações mais quentes, quando a atividade microbiana era mais forte. No entanto, mesmo nas estações mais frias, as concentrações de metano permaneciam elevadas, com condições de vento que contribuíam para libertações atmosféricas significativas. As correntes de maré transportaram o metano para as águas vizinhas, onde este podia ainda escapar para a atmosfera, salientando o impacto mais vasto da dinâmica costeira do metano.

Na zona de infiltração de Doggerbank, a descida das marés desencadeou explosões de libertação de metano, estimulando simultaneamente a atividade microbiana em águas mais profundas. No entanto, durante os meses mais frios do outono, quando a água se misturou, a atividade microbiana diminuiu, levando à libertação de mais metano para a atmosfera do que no verão.

No Ártico, perto de Svalbard, as concentrações de metano foram mais elevadas perto do fundo do mar, onde estavam presentes comunidades microbianas diversas e abundantes. As correntes oceânicas desempenharam um papel fundamental na disseminação do metano e dos micróbios, limitando a sua capacidade de decompor totalmente o gás antes de este atingir a atmosfera.

Adaptabilidade dos micróbios

Além do trabalho de campo, as experiências em laboratório revelaram que os micróbios metanotróficos (que comem metano) são extraordinariamente adaptáveis. Desenvolvem-se numa série de condições ambientais, incluindo mudanças de temperatura, salinidade e níveis de metano. À medida que os ecossistemas mudam, estes adaptam-se. Quando um grupo tem dificuldades, outro assume o controlo, mantendo o filtro de metano da natureza a funcionar mesmo num mundo em aquecimento”, afirma Tim de Groot. As zonas costeiras podem cobrir apenas uma pequena parte do oceano, mas são pontos críticos de emissão de metano. À medida que as alterações climáticas remodelam estes sistemas, torna-se cada vez mais urgente compreender como evoluirão as emissões de metano e como as podemos mitigar”.

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