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Animais de zoo “vão à caça” com ajuda da inteligência artificial

Investigadores da Universidade de Adelaide estão a usar robôs e algoritmos avançados para estudar o comportamento e o bem-estar de animais selvagens em cativeiro.

A inteligência artificial (IA) e a robótica estão a transformar a forma como os tratadores de zoológicos e investigadores compreendem o comportamento animal. No Adelaide Zoo e no Monarto Safari Park, na Austrália, tecnologias desenvolvidas pela Universidade de Adelaide estão a permitir observar, estimular e melhorar o bem-estar de espécies como os cães-pintados-africanos e os orangotangos-de-Sumatra.

No caso dos cães-pintados-africanos do Monarto Safari Park, os investigadores estão a usar um rover semi-autónomo – um veículo remotamente controlado, semelhante a um pequeno robô explorador lunar – para transportar carcaças de alimento pelo recinto. A ideia é simples, mas engenhosa: simular a movimentação de uma presa viva e, assim, incentivar os animais a caçar em grupo, tal como fariam na natureza.

“Este método estimula os comportamentos instintivos de caça e fortalece os laços sociais dentro da alcateia, algo essencial para esta espécie cooperativa”, explica Xin (Vernon) Yuan, investigador sénior da Escola de Engenharia Elétrica e Mecânica da Universidade de Adelaide.

A iniciativa tem mostrado resultados animadores. Segundo Rachel Hemming, supervisora de carnívoros no parque, “observámos um aumento significativo na comunicação e coesão entre os cães-pintados. Caçar e alimentar-se juntos reforça a ligação social, o que é vital para o seu bem-estar”.

Enquanto isso, no Adelaide Zoo, o foco está na monitorização do comportamento e das emoções dos orangotangos-de-Sumatra. Um sistema de câmaras instalado no habitat destes primatas recolhe imagens continuamente, permitindo que algoritmos de visão computacional analisem os movimentos corporais e até as expressões faciais dos animais.

Através da criação de modelos esqueléticos digitais, os investigadores conseguem classificar comportamentos e estudar como os orangotangos se movem e interagem. Numa fase mais avançada, o sistema será capaz de interpretar microexpressões faciais — sinais subtis que podem revelar estados emocionais como curiosidade, desconforto ou relaxamento.

Foto: Universidade de Adelaide

“O nosso modelo de IA reconhece cada orangotango com grande precisão e interpreta as suas expressões faciais para estimar o estado emocional”, afirma Georgia Mason, estudante de terceiro ano de Ciências da Computação e membro da equipa de investigação.

O projeto reúne estudantes e especialistas de várias áreas — desde Engenharia e Ciências da Computação até Veterinária e Comportamento Animal — num esforço conjunto para criar soluções inovadoras que melhorem a qualidade de vida dos animais em cativeiro.

Para Mark Smith, gestor de Conservação dos Zoos da Austrália do Sul, estas ferramentas “já estão a revolucionar a forma como monitorizamos e enriquecemos o dia a dia dos animais de zoo” e abrem caminho a “novas aplicações que poderão, no futuro, ser usadas até em aplicações móveis para tratadores”.

Os investigadores esperam agora garantir mais financiamento para alargar o estudo a outras espécies e continuar a explorar como a tecnologia pode ajudar a compreender — e proteger — o mundo natural.

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