Um novo subsídio no valor de 1,8 milhões de euros ajudará a manter a conservação de anfíbios em toda a América Latina, uma vez que nas últimas décadas estes têm perdido habitat
Nas últimas décadas, a perda de habitat, as alterações ambientais e um fungo mortal, o quitrídio, dizimaram as espécies de anfíbios em todo o mundo. Graças a um novo subsídio de 2 milhões de dólares (1,8 milhões de euros) do Bezos Earth Fund, o Smithsonian Tropical Research Institute (STRI) e o Smithsonian National Zoological Park Conservation Biology Institute (NZCBI), em parceria com a Amphibian Survival Alliance (ASA), lançaram um projeto transformador de cinco anos que abrange o Panamá, a Venezuela, o Equador e a Colômbia: A Iniciativa para a Resiliência dos Anfíbios Tropicais (TARI). Esta iniciativa representa uma oportunidade para abordar a conservação dos anfíbios em toda a América Latina.

“Esta é uma oportunidade sem precedentes para a conservação dos anfíbios”, afirmou a Diretora Executiva da ASA, Gina Della Togna. “Pela primeira vez, estamos a lançar um esforço internacional coordenado para travar a extinção de anfíbios nos Neotrópicos, uma região que alberga 48% da biodiversidade mundial de anfíbios. É um testemunho poderoso do que a colaboração e a união de forças podem conseguir para as espécies ameaçadas e uma lembrança preocupante de quanta ajuda os anfíbios precisam”.
Brian Gratwicke, NZCBI – Instituto Nacional de Zoologia e Biologia da Conservação
A subvenção permite colaborações entre parceiros internacionais, incluindo o Projeto de Resgate e Conservação de Anfíbios do Panamá, uma parceria de conservação entre o Smithsonian, o Zoo de Cheyenne Mountain e o Zoo New England. A coligação está a criar populações de redes de segurança de espécies de rãs em risco de extinção devido ao fungo mortal.
A Aliança para a Sobrevivência dos Anfíbios, a maior parceria global dedicada à conservação dos anfíbios e dos seus habitats, reúne colaboradores de paisagens de elevada biodiversidade de anfíbios, incluindo o Parque Explora (Colômbia), a FUDECI (Venezuela) e o Centro Jambatu de Investigación y Conservación de Anfibios (Equador), para produzir um impacto regional e coordenar acções de conservação no terreno em pontos críticos de biodiversidade de anfíbios.

Brian Gratwicke, NZCBI – Instituto Nacional de Zoologia e Biologia da Conservação
A doação de Bezos catalisa a conservação ao visar paisagens com a maior biodiversidade de anfíbios da Terra. Esta iniciativa servirá de modelo para a colaboração regional e a partilha de conhecimentos, assegurando um impacto duradouro nas populações de anfíbios e nos seus habitats.
“Os anfíbios são os vertebrados mais ameaçados do planeta, mas recebem muito menos atenção do que outras espécies em risco”, afirmou Cristián Samper, Diretor-Geral e Líder de Soluções para a Natureza do Bezos Earth Fund. “Esta parceria entre o Bezos Earth Fund e o Smithsonian visa inverter a maré, combinando ciência de ponta com acções urgentes para salvar estas espécies da extinção. Ao investir na colaboração regional, estamos a lançar as bases para a conservação dos anfíbios que terá um impacto duradouro.”
A equipa internacional de cientistas é pioneira em novos métodos de recuperação de populações de anfíbios afectadas por doenças fúngicas e outras ameaças importantes, de reintrodução de rãs nativas criadas em cativeiro e de identificação de habitats críticos para a conservação dos anfíbios.
O projeto reforça os programas de reprodução em cativeiro de 25 das espécies mais ameaçadas da região, com o objetivo de aumentar as populações em cativeiro em 15% ao longo de cinco anos. Também expande a experiência em conservação em toda a América Latina, oferecendo oficinas de treinamento em manejo de pequenas populações e lançando um Biobanco de Anfíbios regional para salvaguardar a diversidade genética de pelo menos 25 espécies de sapos criticamente ameaçadas.

Brian Gratwicke, NZCBI – Instituto Nacional de Zoologia e Biologia da Conservação
Como parte da tomada de decisões e do envolvimento da comunidade, o projeto contribui para a atualização dos Planos de Ação Nacionais para os Anfíbios dos quatro países, alinhando-os com os objetivos e planos de ação internacionais em matéria de biodiversidade; e envolve mais de 1.000 estudantes anualmente através de programas de divulgação e seminários públicos para aumentar a sensibilização para os anfíbios.
“Estou profundamente grato ao Bezos Earth Fund pela sua confiança nesta parceria e pelo seu empenho em conservar o grupo de vertebrados mais ameaçado do planeta. Estou igualmente grato aos nossos incríveis parceiros, cuja experiência e dedicação tornaram possível esta ambiciosa iniciativa”, acrescentou Della Togna.
Esta colaboração abre caminho a um futuro sustentável para os anfíbios e os seus ecossistemas, combinando o rigor científico e a força institucional do STRI com a experiência e a liderança regional da ASA. Em conjunto, esta parceria demonstra o poder da colaboração global para enfrentar os desafios urgentes da biodiversidade e garantir a vida num planeta sustentável.