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Coiotes também fazem olhos de cachorrinho, revela novo estudo

Uma nova pesquisa da Baylor University revela que os coiotes, assim como os cães domésticos, têm a capacidade de produzir a famosa expressão “olhos de cachorrinho”. O estudo – “Coyotes can do ‘puppy dog ​​eyes’ too: Comparando a variação interespecífica nos músculos da expressão facial de Canis”, publicado na Royal Society Open Science — desafia a hipótese de que essa característica facial evoluiu exclusivamente em cães como resultado da domesticação.

Foto: Taylor Wright@Unsplash

A equipa de pesquisa, liderada por Patrick Cunningham, um estudante de doutoramento do Departamento de Biologia da Universidade Baylor, examinou o levantador do ângulo do olho medial (LAOM), o músculo responsável por levantar a sobrancelha interna para criar “olhos de cachorrinho” dos coiotes. Ao contrário de suposições anteriores, Patrick Cunningham e os seus colegas descobriram que os coiotes também possuem um LAOM bem desenvolvido, semelhante ao dos cães, contradizendo a ideia de que o músculo evoluiu especificamente para a comunicação entre humanos e cães durante a domesticação.

“As nossas descobertas sugerem que a capacidade de produzir “olhos de cachorrinho” não é algo exclusivo da domesticação de cães, mas sim uma característica ancestral compartilhada por várias espécies do género Canis”, afirma, continuando: “o que levanta questões fascinantes sobre o papel das expressões faciais na comunicação e sobrevivência entre canídeos selvagens.”

Comparações entre coiotes, cães e lobos cinzentos

O investigador mais a sua equipe compararam os músculos faciais de coiotes, cães e lobos cinzentos. Embora cães e coiotes possuam um LAOM bem desenvolvido, o músculo é modificado ou ausente em lobos cinzentos. Isso desafia a hipótese de que a seleção conduzida por humanos foi a única responsável pelo desenvolvimento do levantador interno da sobrancelha em cães. Em vez disso, o estudo sugere que o LAOM provavelmente estava presente num ancestral comum de cães, coiotes e lobos cinzentos, mas foi posteriormente perdido ou reduzido em lobos.

Foto: caleb-woods-Muw9at2qI3E-unsplash

A pesquisa também documentou variação intraespecífica significativa nos músculos faciais dos coiotes, particularmente aqueles relacionados com os movimentos das sobrancelhas e lábios. A análise genética foi usada para descartar ancestralidade canina significativa nos espécimes de coiote, reforçando que essas características não são resultado de cruzamento.

“O nosso trabalho revela que coiotes e cães compartilham não apenas semelhanças comportamentais, mas também uma história evolutiva fascinante que inclui a capacidade de fazer expressões que antes pensávamos serem exclusivas de animais domesticados”, disse Patrick Cunningham.

Esta descoberta tem implicações mais amplas para a compreensão da evolução das expressões faciais em mamíferos. O LAOM pode ter evoluído originalmente para funções relacionadas à visão e aos movimentos oculares, em vez da comunicação com humanos, como se pensava anteriormente. Estudos futuros sobre outras espécies de canídeos, incluindo lobos vermelhos e cães selvagens africanos, podem iluminar ainda mais o papel das expressões faciais na sobrevivência e na comunicação das espécies.

NOTA: Este trabalho foi apoiado por uma bolsa do Instituto Nacional de Alimentos e Agricultura, do Programa McIntire-Stennis do Departamento de Agricultura dos EUA, sob o número de prêmio 1027755 e da Universidade Tecnológica de Michigan REF R01787.

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