Um novo estudo revela que áreas extensivamente desmatadas experimentaram uma queda de até 30% na precipitação anual nas últimas duas décadas, com impactos potencialmente graves para os ecossistemas e para as comunidades que dependem desses recursos hídricos.
Conexão entre floresta e chuva
A Amazónia desempenha um papel crucial na regulação do clima, libertando humidade na atmosfera por meio da evapotranspiração — processo em que as árvores libertam vapor de água. Essa humidade é transportada por correntes de ar, formando “rios voadores” que alimentam chuvas em outras partes do Brasil e da América do Sul. Com a perda de vegetação, esse ciclo está a ser interrompido.
Usando dados de satélite e modelos climáticos, os investigadores compararam áreas preservadas com regiões desmatadas e constataram que, quanto maior a destruição da floresta, maior a redução nas chuvas. Em algumas áreas convertidas para agricultura ou pastagem, a diminuição chegou a 0,6 mm por dia durante a estação seca.
Impactos em cadeia
A redução das chuvas pode acelerar ainda mais o declínio da floresta, criando um ciclo vicioso. Menos humidade significa maior risco de incêndios florestais e stress para a vegetação remanescente, tornando-a mais vulnerável a secas prolongadas.
Além disso, a agricultura e o abastecimento de água para as cidades podem ser afetados, com reflexos económicos e sociais.
“Se o desmatamento continuar a este ritmo, partes da Amazónia podem atingir um ponto de não retorno, transformando-se em savana”, alerta um dos autores do estudo.
Chamamento para a ação
Osinvestigadores enfatizam a urgência de políticas de conservação e reflorestamento para reverter a tendência. A proteção da Amazónia, destacam, não é apenas uma questão ambiental, mas também de segurança hídrica e climática para todo o continente.
Estudo completo aqui, In EcoDebate


