A associação ambientalista Quercus apelou hoje à regeneração do território na sequência dos incêndios recentes e salientou que florestas diversificadas e autóctones são mais resistentes ao fogo e “fundamentais para o futuro do território”.
Num comunicado, a associação diz que é tempo de inverter “a trajetória da destruição para a da regeneração”.
E alerta que o futuro das florestas depende de um financiamento justo “a quem cuida e quer cuidar do território e de um compromisso coletivo para criar paisagens mais seguras e resilientes”.
O comunicado cita o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), segundo o qual até 31 de agosto já tinham sido consumidos pelas chamas 254.296 hectares, valores que fazem de 2025, até agora, o quarto pior ano em área ardida desde 1996.
“A Quercus manifesta a sua solidariedade com todas as populações afetadas e reafirma a sua presença no terreno” e diz-se disponível para apoiar a regeneração ecológica e recuperação social das comunidades atingidas, diz-se no documento da direção nacional da Quercus.
Afirmando que os incêndios também se combatem transformando a paisagem, dando como exemplo a Mata da Margaraça (Serra do Açor), que resistiu ao fogo à volta nas monoculturas de eucalipto, a associação recordou no comunicado os projetos que tem de regeneração e transformação da paisagem.
O projeto Criar Bosques, de apoio à plantação de espécies autóctones, a disponibilização de plantas para reflorestação por autarquias, ou a criação de faixas de proteção em redor de aldeias são algumas das iniciativas nacionais da Quercus, que lançou pelo segundo ano consecutivo uma campanha de recolha de sementes de centeio e bolotas.
“A Quercus coloca a sua rede de núcleos regionais, técnicos e voluntários ao serviço das populações e autarquias, oferecendo apoio técnico e acompanhamento no terreno”, diz-se também no comunicado.
LUSA
