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Matar o H5N1 no leite através da acidificação

Até agora a pasteurização era o método mais usado, mas dispendioso. Um novo estudo diz que a acidificação combate a gripe das aves no leite

A pasteurização é o único método amplamente reconhecido para matar o H5N1, o vírus que causa a gripe das aves, no leite. No entanto, a pasteurização pode ser dispendiosa e menos de 50% das grandes explorações leiteiras pasteurizam o leite residual. O leite de descarte inclui o colostro, o primeiro leite após o parto; leite de vacas tratadas com antibióticos ou outros medicamentos; ou qualquer outro fator que possa tornar o leite impróprio e não vendável para consumo humano. Nas explorações agrícolas, o leite cru usado representa um risco potencial de propagação da gripe aviária.

Os investigadores da Universidade da Califórnia descobriram que a acidificação pode matar o H5N1 no leite, proporcionando aos produtores uma alternativa à pasteurização, além disso é mais acessível e fácil de utilizar, revela um estudo publicado no Journal of Dairy Science.

“Pode haver um custo bastante significativo para os produtores para ter a pasteurização como uma opção”, disse o autor co-correspondente e epidemiologista veterinário Richard Van Vleck Pereira, da Escola de Medicina Veterinária da UC Davis. “Nos nossos testes de laboratório, descobrimos que acidificar o leite a um pH de 4,1 a 4,2 com ácido cítrico desativa eficazmente o vírus”.

A equipa de investigação da UC Davis irá, em seguida, realizar testes de acidificação do leite nas explorações agrícolas em leite residual contendo H5N1. Desenvolverá diretrizes práticas para os agricultores implementarem a acidificação do leite usado como um protocolo na exploração.

Uma solução sustentável

Richard Van Vleck Pereira disse que o ácido cítrico é barato. O leite residual acidificado também é seguro para ser usado para alimentar bezerros pré-desmamados. O processo de acidificação leva apenas seis horas para matar completamente o vírus e não requer refrigeração, reduzindo ainda mais os custos e aumentando a segurança dos trabalhadores agrícolas que o manuseiam.

Os agricultores amadores que ordenham uma ou duas vacas ou as grandes explorações leiteiras comerciais podem implementar a acidificação do leite sem terem de investir em grandes equipamentos.

“Quando iniciámos este projeto, pensámos cuidadosamente não só em desativar o vírus, mas também em desenvolver um método que pudesse ser económico, acessível e sustentável para os agricultores utilizarem”, afirmou.

Algumas explorações leiteiras dos EUA já praticam a acidificação do leite. A redução do seu pH para um nível inadequado para o crescimento bacteriano, podendo desta forma matar os insectos nocivos e evitar a contaminação sem causar problemas de saúde nos vitelos.

“Acreditamos que a acidificação é uma forma inovadora e eficaz de conter a propagação do H5N1 nas explorações leiteiras e ajudar a proteger o gado, os animais de estimação e as pessoas”.

Outros autores do estudo incluem Beate Crossley e Daniel Rejmanek do Laboratório de Saúde Animal e Segurança Alimentar da Califórnia na UC Davis, juntamente com Craig Miramontes e Rodrigo Gallardo do Departamento de Saúde Populacional e Reprodução da Escola de Medicina Veterinária da UC Davis.

O Departamento de Alimentação e Agricultura da Califórnia e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos financiaram a investigação.

Estudo completo aqui

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