Um projeto liderado pela Universidade de Queensland desenvolveu uma ferramenta para normalizar os testes genéticos das populações de coalas, dando um impulso significativo aos esforços de conservação e recuperação.
Estes icónicos marsupiais australianos estão classificados como ameaçados de extinção em Queensland, Nova Gales do Sul e ACT e, dentro de 50 anos, talvez só possamos ver coalas em cativeiro.
“Compreender a diversidade genética das diferentes populações de coalas é crucial se quisermos salvá-los da extinção”, considera Lyndal Hulse, da Escola de Meio Ambiente da UQ.
A investigadora disse ainda que o painel padronizado de marcadores genéticos de coala fornece um método consistente para investigadores de todo o país capturarem e compartilharem a variação genética destes marsupiais permitindo uma melhor colaboração e integração de dados entre os estudos.
“Os coalas na natureza estão sob pressão crescente devido à perda de habitat, doenças e ataques de veículos, forçando-os a viver em bolsas cada vez menores e mais isoladas, com acesso limitado a companheiros de reprodução fora do seu grupo”, explica Hulse, dizendo ainda que a consanguinidade da população pode também ter efeitos prejudiciais para a sua saúde
“Um painel normalizado para comparar diretamente os marcadores genéticos permite aos investigadores, conservacionistas e agências governamentais compreender melhor a diversidade genética das populações de coala, permitindo uma maior colaboração para garantir a sua sobrevivência”.
Saurabh Shrivastava, gestor de conta sénior do parceiro de projeto Australian Genome Research Facility (AGRF Ltd), afirmou que a nova ferramenta de rastreio era uma matriz de polimorfismo de nucleótido único (SNP) que utilizava tecnologias de sequenciação de nova geração. “O Koala SNP-array pode acomodar ADN de boa qualidade, pelo que é adequado para a monitorização em larga escala de populações de coalas selvagens”, afirmou Shrivastava, acrescentando que o mais importante é que está disponível para todos os investigadores e gestores.
Hulse disse que, idealmente, a ferramenta poderia ajudar a orientar a recolocação de coalas em regiões específicas.
“Existem regras muito rigorosas sobre a relocalização de coalas, mas isto pode ser fundamental para melhorar e aumentar a genética das populações ameaçadas”, afirmou.
O projeto incluiu investigadores do Australasian Wildlife Genomics Group da Universidade de New South Wales.
A AGRF Ltd é uma organização sem fins lucrativos que promove a genómica australiana através do acesso a nível nacional a apoio especializado e tecnologia de ponta numa vasta gama de indústrias, incluindo os sectores biomédico, da saúde, da agricultura e do ambiente.