Metafilme sustentável reflete 99% da luz solar e mantém os edifícios mais frios mesmo sob calor extremo
Investigadores desenvolvem material biodegradável que pode revolucionar arrefecimento passivo em construções e equipamentos, com eficiência comprovada em testes internacionais.
Uma equipa internacional de cientistas desenvolveu um material biodegradável que pode reduzir o consumo global de energia sem usar eletricidade, de acordo com um novo estudo publicado hoje.
O metafilme bioplástico – que pode ser aplicado em edifícios, equipamentos e outras superfícies – arrefece passivamente as temperaturas até 9,2°C durante o pico da luz solar e reflete quase 99% dos raios solares.
O novo filme é um material sustentável e duradouro que pode reduzir o consumo de energia em edifícios em até 20% ao ano em algumas das cidades mais quentes do mundo.

Legenda: Os refrigeradores radiativos derivados do bioderivados oferecem uma alternativa sustentável aos materiais petroquímicos.
O material reflete quase toda a radiação solar, mas também permite que o calor interno do edifício escape diretamente para o espaço exterior. Isso permite que o edifício permaneça mais frio do que o ar ao redor, mesmo sob luz solar direta.
Os refrigeradores radiativos derivados de bioderivados oferecem uma alternativa sustentável aos materiais petroquímicos.
Notavelmente, o filme continua a ter um bom desempenho mesmo após exposição prolongada a condições ácidas e luz ultravioleta — duas grandes barreiras que historicamente dificultam materiais biodegradáveis semelhantes.
Feito de ácido polilático (PLA) – um bioplástico comum derivado de plantas – o metafilme é fabricado usando uma técnica de separação de baixa temperatura que reflete 98,7% da luz solar e minimiza o ganho de calor.
A maioria dos sistemas de arrefecimento radiativo passivo existentes depende de polímeros ou cerâmicas de origem petroquímica, o que levanta preocupações ambientais. Ao utilizar PLA biodegradável, apresentamos uma alternativa verde que oferece alta reflexão solar, alta emissão térmica, sustentabilidade e durabilidade.
Em aplicações reais, o metafilme apresentou uma queda média de temperatura de 4,9 °C durante o dia e 5,1 °C à noite. Testes de campo realizados na China e na Austrália confirmaram a sua estabilidade e eficiência em condições ambientais adversas. Mesmo após 120 horas em ácido forte e o equivalente a oito meses de exposição externa à radiação UV, o metafilme manteve seu poder de resfriamento de até 6,5 °C.
Talvez o mais significativo seja que as simulações revelaram que o metafilme poderia reduzir o consumo anual de energia em até 20,3%, reduzindo a dependência do ar condicionado.
A descoberta aborda um grande desafio no campo: como conciliar o arrefecimento de alto desempenho com a degradação ecológica.
Os investigadores agora estão a explorar oportunidades de fabricação em larga escala e possíveis aplicações em construções, transporte, agricultura, eletrônica e na área biomédica, incluindo curativos refrescantes.


