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Porque temos um lado esquerdo e um lado direito?

Uma nova investigação biofísica da Universidade de Miami contribui para o nosso conhecimento sobre as origens da assimetria esquerda-direita no corpo, o que é importante para mitigar defeitos congénitos

A maioria dos animais, incluindo os humanos, tem simetria bilateral, o que significa que os nossos corpos são bastante simétricos. Pelo menos por fora porque no nosso interior, as coisas são diferentes: “Se olharmos para o nosso coração, fígado e estômago não estão colocados simetricamente”, afirma Vivek Prakash, professor assistente de física na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Miami, especializado na área da biofísica. “A questão que gostaríamos de responder é: quando é que esta assimetria começa?”, afirma.

Pensa-se que esta assimetria interna esquerda-direita começa numa fase muito precoce do desenvolvimento – quando um embrião minúsculo é dividido em duas partes durante um processo chamado gastrulação. Este acaba também por ajudar a formar a disposição dos órgãos no interior do nosso corpo.

Para responder a esta questão, Vivek Prakash e três outros colaboradores estudaram o desenvolvimento de pintainhos utilizando microscópios fluorescentes para visualizar o movimento das células. Descobriram que o processo físico do seu movimento mostra a assimetria, enquanto investigações anteriores indicavam que esta assimetria era iniciada pela genética. Mas não é!

Esta descoberta lança uma nova luz sobre o desenvolvimento inicial e pode aplicar-se a muitos animais diferentes, incluindo os seres humanos. Como resultado, o estudo foi publicado esta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. “O movimento celular é um processo físico importante e estamos a verificar que este apresenta uma assimetria esquerda-direita já nos embriões dos pintainhos. Isto é uma grande mudança porque durante muitos anos os cientistas acreditaram que os genes eram responsáveis por dar origem a esta assimetria”.

Utilizando microscópios fluorescentes e vídeos de imagens em direto, a equipa estudou e quantificou o movimento das células no interior de dezenas de embriões de pintainhos. Analisando os vídeos — e destilando 10 horas de movimento celular em 10 segundos – observaram movimentos celulares que fluíam em círculos para fora a partir do meio dos embriões de galinha, e viram que estes movimentos eram maiores do lado direito do que do lado esquerdo.

Este fato constituiu uma prova visual da assimetria esquerda-direita, uma descoberta apoiada por medições quantitativas das velocidades das células. Este movimento é importante para o desenvolvimento do embrião. “Esta descoberta é importante para compreender melhor a gastrulação humana e o aparecimento de defeitos congénitos nos animais”, conclui Vivek Prakash.

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