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Quando o ar seca, baratas abraçam-se: estudo revela estratégia de sobrevivência

Quando o ambiente se torna demasiado seco, as baratas de Madagascar adoptam uma estratégia surpreendente: “abraçam-se”. Segundo uma investigação recente do programa de Ciências Biológicas da Universidade de Binghamton, estes insectos reúnem-se em grupos, muitas vezes em contacto físico, para reduzir a perda de água.

O estudo, intitulado “Plastic Behavioral Responses to Ambient Relative Humidity Influence Aggregation in a Large Gregarious Insect”, foi publicado na revista Ethology.

“Concluímos que as baratas de Madagascar ajustam activamente o seu comportamento social em função da humidade, mostrando que mesmo insectos adultos de grande porte dependem da plasticidade comportamental para lidar com condições ambientais adversas”, explicou Lindsey Swierk.

Adaptação às alterações climáticas

Estas medem entre 5 e 8 centímetros e são frequentemente utilizadas em contextos educativos. Curiosamente, muitos aspetos do seu comportamento natural ainda não são totalmente compreendidos.

Na ilha africana, estes insectos formam grupos sociais grandes e estão sujeitos a épocas secas e chuvosas. O estudo revelou que a tendência para agregação aumenta quando a humidade relativa do ar diminui. Em condições secas, os insectos reuniram-se em grupos mais numerosos e com maior contacto físico. Por outro lado, quando o ar estava húmido, os grupos eram menores e menos frequentes.

“Os insectos podem perder água rapidamente devido à elevada relação superfície/volume, pelo que a humidade é determinante para a sua sobrevivência”, explicou Swierk. “Mesmo os adultos maiores recorrem à agregação como adaptação comportamental para reduzir o risco de desidratação.”

A agregação cria um microclima local mais húmido, embora esta estratégia tenha custos, como a maior competição social e o aumento do risco de predação.

As baratas são importantes no ecossistema, funcionando como decompositoras e alimento para outros animais. Alterações no seu comportamento podem ter impactos ecológicos mais amplos, sobretudo com o agravamento das secas devido às alterações climáticas em Madagascar.

“Se períodos secos se tornarem mais frequentes ou intensos, estas baratas poderão agregar-se com mais frequência para conservar água, o que pode afectar a sua alimentação, reprodução e papel ecológico”, concluiu Swierk.

O estudo sugere que este tipo de comportamento também poderá ocorrer noutros insectos de grande porte, mas depende da história natural e do comportamento social de cada espécie.

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