#PorUmMundoMelhor

Teresa Cotrim

Rosi Vilela, a marinheira que enjoa, mas continua a lutar pelo Planeta, a “bordo” da Greenpeace

Viver três meses a bordo de um quebra gelo é um desafio, o Artic Sunrise como não tem quilha balança muito em alto mar, mas há dezenas de anos que navega pelo mundo inteiro com muitas histórias para contar

Começou como voluntária na Greenpeace, organização internacional que luta pelo ambiente. Limpava os barcos, restaurava-os, “é assim que se começa. Temos de ver se nos habituamos ao barco”, diz Rosi Vilela, marinheira do Greenpeace. Quando não está a bordo, de três em três meses, vive em Madrid e tem 38 anos. Há sete que percorre o mundo a lutar pelo planeta. “Adoro o meu trabalho, mas enjoo imenso”, conta, divertida, algo que apesar de ser violento, nunca a fez desistir da paixão de defender as causas do clima, dos microplásticos, dos oceanos, entre outras.

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Rosi Vilela explica os procedimentos
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A explicar aos jornalistas
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Vista do comandante
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A sala de jantar
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O ginásio
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Na ré
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Reciclagem
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Zona de lazer
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Sala de convívio
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A chegar a Lisboa

A sua formação em informática ajudou-a a abraçar o emprego atual. É radioperadora, “apesar desta designação já nem existir, devido às novas tecnologias”, explica, mas leva-nos orgulhosa ao seu posto de trabalho onde está o coração de todo o sistema informático do Artic Sunrine, o quebra-gelo mais icónico da organização. Rodeada de fios, computadores, auscultadores e outros artefactos tecnológicos, conta que chamam ao quebra-gelo, o “washing machine”, porque como não tem quilha, no meio do oceano faz muita turbulência. Parece “uma máquina de lavar”, compara, afinal este foi desenvolvido para navegar no Ártico, entre o gelo.

Para Mike Finken, Capitão do Arctic Sunrise, o quebra-gelo é um “museu”. “Tem muitas histórias para contar. Foi caçador de focas, por exemplo, ficou retido pelos russos e já deu a volta ao mundo. É dos poucos barcos com mais de 30 anos que ainda cruza os oceanos”, diz, embevecido. Rosi Vilela conhece-o como a palma da sua mão, apresenta os painéis de navegação, explica que têm tudo em duplicado não vá algum instrumento avariar, revela que navegam a uma velocidade entre 10 e 13 nós (cerca de 20 km/hora) e de uma forma divertida pergunta, envergonhada, se alguém sabe como se chama a pequena cesta que se encontra no alto dos mastros, de onde os vigias perscrutam o horizonte em busca de sinais de terra. Após uns segundos de silêncio, lá diz corada: “É o caralho”, arrancando algumas gargalhadas.

Depois, leva-nos à cozinha, revelando que tentam cozinhar apenas alimentos biológicos, mas que esse é um dos problemas enfrentados pela tripulação. “Nos portos não temos como adquiri-los. Temos de sair e ir comprar fora”. Outra revelação é que o Greenpeace faz a reciclagem do vidro, papel, plástico, produtos tóxicos, metais e biorresíduos, mas nem todos os portos têm contentores separados, inclusive na Europa. “Por isso, muitas vezes o lixo vai todo para o mesmo contentor”, lamenta.

Rosi Vilela, diz que tenta manter um horário regrado. “Tento também fazer exercício físico e aponta para o ginásio que têm no barco. Também temos momentos de lazer aqui na sala de “jantar” e como somos de culturas distintas, muitos gostam de tocar e dançar e, por isso, acaba por ser muito divertido. Também fazemos jogos”, enumera.

Outro dos passatempos a bordo é a realização de workshops para aprender a reparar o barco. Contudo, o que faz o seu coração palpitar são as expedições científicas onde diz aprender imenso. “Lembro-me de estar a separar amostras de águas por causa dos microplásticos. Nessa altura, sinto que o meu trabalho é importante porque é uma forma de alertar para os problemas e assim poder contribuir para ajudar o planeta”. E termina a visita a mostrar as sondas com que investigam os fundos dos oceanos e o drone, deixando o convite para quem quiser ainda visitar este quebra gelo. ” Poderá fazê-lo no Porto, a partir de dia 21, no Porto de Leixões.
Sexta-feira à tarde, sábado todo dia e domingo pela manhã, vamos ter jornadas de portas abertas para todas as pessoas que queiram visitar o barco e saber um pouco mais sobre a história da Greenpeace”.

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