É verdade. Algumas produzem exibições apenas para atrair os insetos e animais polinizadores, mas não lhes dão néctar. Será que conseguem enganar todos?
As flores podem produzir exibições vistosas que atraem insetos ou animais polinizadores, mas algumas “fazem batota”, atraindo polinizadores sem os recompensar com néctar. Uma investigação publicada na revista New Phytologist indica que a tendência das flores para serem “honestas” e recompensarem os polinizadores com néctar é parcialmente genética, o que significa que pode ser transmitida através das gerações.
No estudo, os investigadores investigaram a honestidade floral na Turnera velutina (Passifloraceae), endémica do México, analisando várias plantas geneticamente distintas (ou clones). Descobriram que a honestidade é hereditária e que as abelhas podem discriminar entre genótipos com base no tamanho da flor e no teor de açúcar.
As abelhas mostraram preferência por visitar genótipos de flores mais honestas com maior teor de açúcar, o que, por sua vez, beneficia a planta ao aumentar a produção de sementes. Por conseguinte, a honestidade floral pode evoluir e ser mantida através da seleção mediada por polinizadores.
“Intrigantemente, a maioria dos genótipos mostra algum grau de desonestidade floral, o que implica que as plantas “trapaceiras” podem ser mais numerosas do que as honestas, apesar da pressão de seleção dos polinizadores”, disse o autor correspondente Sergio Ramos, da Universidade de Zurique, na Suíça. “Este paradoxo sugere que múltiplas forças evolutivas podem estar em jogo para sustentar a desonestidade floral em populações naturais, justificando uma investigação mais aprofundada.”