O Titanic afundou-se há 113 anos, nos dias 14 e 15 de abril, após embater num icebergue, sendo provável que um erro humano tenha feito com que o navio se desviasse para essas águas perigosas. Hoje em dia, os sistemas autónomos baseados na inteligência artificial podem ajudar os navios a evitar acidentes deste tipo, mas será que poderia explicar ao capitão por que razão estava a manobrar de uma determinada forma?
É esta a ideia subjacente à IA explicável, que deverá ajudar os atores humanos a confiar mais nos sistemas autónomos. Investigadores da Escola Superior de Engenharia da Universidade Metropolitana de Osaka desenvolveram um modelo de IA explicável para navios que quantifica o risco de colisão de todas as embarcações numa determinada área, uma caraterística importante à medida que as principais vias marítimas se tornam cada vez mais congestionadas.

O estudante de pós-graduação Hitoshi Yoshioka e o Professor Hirotada Hashimoto criaram o modelo de IA de modo a explicar a base das suas decisões e a intenção subjacente às acções, utilizando valores numéricos para o risco de colisão.
“Se conseguirmos explicar a base dos juízos e das intenções comportamentais da navegação autónoma de navios baseada em IA, penso que podemos ganhar a confiança dos trabalhadores marítimos”, declarou o Professor Hashimoto. “Acredito também que esta investigação pode contribuir para a realização de navios não tripulados”.
A maioria dos acidentes de colisão de navios é atribuída a fatores humanos. Prevenir tais incidentes continua a ser um desafio enquanto humanos operarem navios. A segurança do transporte marítimo é crucial para a economia global, dado o seu papel significativo no comércio internacional. Consequentemente, a tecnologia de navegação autónoma é considerada uma solução potencial para mitigar colisões de navios relacionadas a erros humanos.
Tarefas essenciais para a realização da navegação autónoma de navios incluem navegar com eficiência até um ponto de referência definido e evitar colisões com outras embarcações com segurança. Embora a tecnologia para navegar até um ponto de referência tenha sido efetivamente desenvolvida por meio de sistemas de piloto automático e possa ser implementada usando controles clássicos, como o controle PID, a prevenção de colisões requer uma tomada de decisão mais sofisticada. Desenvolver um modelo confiável que imite as habilidades avançadas e flexíveis de tomada de decisão de especialistas humanos a bordo é uma tarefa desafiadora. A tomada de decisão para evitar colisões envolve avaliar o risco de colisão com outros navios e escolher um curso e/ou velocidade apropriados. Será que esta tecnologia poderá ser a solução?