Um estudo recente da Cornell University, pode revolucionar a produção de hidrogénio verde — um combustível limpo essencial para a descarbonização da indústria e dos transportes.
A pesquisa, disponível no site da universidade, demonstra um sistema que utiliza luz solar e água do mar para gerar hidrogênio de baixo custo, enquanto dessaliniza a água como subproduto.
Como funciona a tecnologia?
O processo combina energia solar fotovoltaica com um mecanismo de eletrólise modificada, capaz de trabalhar diretamente com água salgada — evitando a necessidade de dessalinização prévia, um dos grandes obstáculos para a produção sustentável de hidrogénio em regiões costeiras ou áridas.
Segundo os investigadores, o sistema usa eletrodos especiais que resistem à corrosão do sal e catalisam a quebra das moléculas de água (H₂O) em hidrogénio (H₂) e oxigénio (O₂), sem exigir água purificada ou minerais raros. A energia necessária vem inteiramente da luz solar, reduzindo drasticamente os custos em comparação com métodos tradicionais.
Vantagens ambientais e econômicas
- Baixo custo: Elimina a dependência de água doce e membranas de dessalinização caras.
- Dualidade: Produz hidrogénio verde e água potável como subproduto.
- Escalabilidade: Pode ser implementado em regiões litorais com alta incidência solar, como o Algarve
“É um passo crucial para a indústria do hidrogénio verde“, afirma um dos autores do estudo. “Além de viabilizar energia limpa, ajuda a resolver a escassez de água em áreas secas”.
Desafios e próximos passos
Apesar do avanço, os cientistas destacam que o sistema ainda precisa de ajustes para operar em larga escala. Os principais focos são aumentar a eficiência da conversão solar e a durabilidade dos materiais em ambientes salinos.
Enquanto isso, empresas e governos já demonstram interesse. A União Europeia e países como Austrália e Chile — com vastas áreas litorais e sol abundante — são candidatos naturais para testes piloto.
In EcoDebate. Artigo original aqui