Investigadores da Graduate University for Advanced Studies, SOKENDAI, demonstraram que os tubarões-mako de barbatanas curtas também conhecidos como tubarão anequim possuem uma notável capacidade de controlar a temperatura corporal durante mergulhos em águas profundas.
Peixes-espada e alguns tubarões, como os brancos e os mako, apresentam um fenómeno conhecido como endotermia regional, que lhes permite manter a temperatura corporal acima da temperatura da água circundante. Até agora, esta adaptação era considerada essencial em ambientes frios. Mas o seu papel em espécies de águas quentes, como o tubarão-mako de barbatanas curtas ou o peixe-espada, permanecia pouco claro.
Para investigar, os cientistas colocaram registadores de dados nos tubarões capturados ao largo do sudeste de Taiwan, recolhendo informações sobre a temperatura da água, temperatura corporal e profundidade de mergulho. Durante mergulhos repetidos, verificou-se que a temperatura corporal dos tubarões diminuía lentamente nas águas profundas e frias, mas aumentava rapidamente ao regressarem à superfície quente. As taxas de aquecimento foram mais de 10 vezes superiores às taxas de arrefecimento, comparáveis apenas às do atum de olhos grandes e do peixe-espada entre as espécies estudadas.
Segundo os investigadores, como as águas profundas são ricas em presas, esta capacidade de endotermia regional permite aos tubarões permanecer mais tempo em zonas de alimentação abundante, minimizando o tempo de recuperação à superfície.
Um dos tubarões apresentou ainda um comportamento único: antes de um mergulho profundo, aqueceu rapidamente na superfície e manteve-se lá mais tempo, elevando a temperatura corporal acima da da água. Este fenómeno de “pré-aquecimento” sugere que os tubarões podem preparar intencionalmente o corpo para enfrentar águas frias — algo nunca antes documentado em peixes.
Estas descobertas revelam que os tubarões-mako de barbatanas curtas possuem capacidades de termorregulação avançadas, permitindo-lhes não apenas conservar calor, mas também controlar a temperatura corporal de forma flexível. Este mecanismo ajuda a explicar o sucesso destes predadores como apex predators nos oceanos pelágicos de todo o mundo.


