À medida que as alterações climáticas continuam a acelerar a um ritmo alarmante, as soluções inovadoras e escaláveis são mais críticas do que nunca.
Esta semana, a American Society for Microbiology (ASM) e a International Union for Microbiological Societies (IUMS) divulgaram “Microbial Solutions for Climate Change”, um relatório desenvolvido pelo seu grupo consultivo científico (SAG) de peritos mundiais.
O relatório descreve tecnologias microbianas inovadoras que podem contribuir significativamente para a atenuação das alterações climáticas e sublinha a necessidade urgente de uma ação global coordenada entre nações e setores.
Coincidindo com o lançamento do relatório, o SAG também publicou um artigo na revista Nature, fornecendo um quadro abrangente para avaliar e implementar soluções microbianas. O quadro vai além da viabilidade técnica, salientando que os produtos microbianos devem também oferecer retornos económicos, garantir a segurança e proporcionar benefícios sociais tangíveis para serem adotados com sucesso.
“As inovações baseadas em micróbios oferecem uma oportunidade poderosa para combater as alterações climáticas com soluções escaláveis e sustentáveis que podem ser implementadas globalmente”, disse Nguyen Nguyen, Diretor da Academia Americana de Microbiologia da ASM.
“Alavancar o potencial dos micróbios será um ativo crítico para a recolha de estratégias para combater o aumento das emissões de gases com efeito de estufa e as alterações ambientais globais.”
“Microbial Solutions for Climate Change” avalia a viabilidade técnica e económica das inovações microbianas, enfatizando soluções que dão prioridade à saúde e segurança humana, reduzem as desigualdades sociais e promovem o bem-estar económico da população global.
O relatório identifica três inovações-chave de base microbiana que podem ajudar a humanidade a adaptar-se e a mitigar o ritmo acelerado e as consequências adversas das alterações climáticas:
Micróbios para uma economia de carbono não fóssil.
Micróbios para a segurança alimentar e a resiliência do ecossistema.
Micróbios para a mitigação urgente do metano.
Apoiado pelo artigo da Nature que o acompanha, o relatório sublinha a necessidade de colaboração global entre cientistas, parceiros da indústria, sociedades científicas e governos.
Desde os decisores políticos que podem moldar os regulamentos ambientais e criar incentivos para práticas sustentáveis até às sociedades profissionais que podem promover parcerias e impulsionar a inovação, todas as partes interessadas têm um papel crítico no avanço das soluções microbianas para combater as alterações climáticas.
O artigo da Nature apresenta um quadro estratégico para orientar a implementação efetiva de soluções microbianas. O quadro aborda várias considerações importantes, começando pela avaliação da viabilidade técnica.
Destaca a importância de avaliar a viabilidade económica, tanto do ponto de vista comercial como social, para demonstrar a viabilidade e a conveniência destas soluções. Além disso, o quadro sublinha a necessidade de considerações de biossegurança, apelando a avaliações de risco, sistemas de vigilância e supervisão para garantir a expansão segura e responsável das soluções microbianas.
Os autores enfatizam que as intervenções microbianas não devem ser isoladas, mas sim integradas a outras estratégias globais de mitigação e adaptação ao clima, como a energia solar e eólica e o reflorestamento.
“Acreditamos que os micróbios são o ingrediente que faltava para os próximos avanços climáticos”, disse Rino Rappuoli, Presidente da IUMS.
“Encorajamos os líderes de iniciativas climáticas em todos os setores a incorporar processos microbianos na investigação climática e em soluções sustentáveis. Estamos prontos ajudar a enfrentar este desafio climático”.


