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Pais querem agir sobre as mudanças climáticas, mas têm dificuldade em adotar estilos de vida de baixo carbono

Estudo da Universidade de Bath revela que os pais estão preocupados com o futuro dos filhos, mas têm dificuldades em adotar estilos de vida de baixo carbono.

Um novo estudo da Universidade de Bath mostra que muitos pais, apesar da preocupação crescente com a crise climática e o impacto que esta terá no futuro dos filhos, enfrentam grandes obstáculos para viver de forma sustentável. A investigação, publicada na revista Population & Environment, conclui que a falta de tempo, a ausência de opções acessíveis e as barreiras estruturais impedem que a preocupação se traduza em ação.

Segundo a equipa de investigadores, os pais representam um grupo crítico mas ainda pouco reconhecido nas políticas climáticas, com um enorme potencial para moldar os valores ambientais da próxima geração.

Pais preocupados, mas com práticas contraditórias

O estudo avaliou a chamada “capacidade de carbono” de pais de crianças com menos de 15 anos no Reino Unido – ou seja, a habilidade de fazer escolhas informadas e eficazes de baixo carbono e de influenciar outros.

Com base num inquérito a 1.001 pais, 30 entrevistas e dois grupos de discussão, os investigadores concluíram que, embora os pais sintam uma forte responsabilidade em proteger o futuro dos filhos, a maioria tem dificuldade em ser exemplo de comportamentos sustentáveis no quotidiano.

Entre os principais resultados:

  • Em comparação com não-pais, os pais registaram maior consumo de energia, maior dependência do automóvel e mais produção de resíduos plásticos.
  • Muitos confessaram sentimentos de culpa, mas admitiram que as exigências da vida familiar e a necessidade de conveniência prevalecem.
  • Vários mostraram receio em falar de alterações climáticas com os filhos, por temerem provocar ansiedade. Ainda assim, a maioria mostrou abertura para aprender e receber orientação sobre como abordar o tema em família.
  • Curiosamente, em alguns casos, a educação ambiental das crianças acabou por influenciar positivamente as atitudes dos próprios pais.

Oportunidade para políticas públicas

Para o investigador principal, Dr. Sam Hampton, do Departamento de Psicologia da Universidade de Bath e do Centre for Climate Change and Social Transformations (CAST), a parentalidade é “um momento de mudança importante” e os pais são “um grupo pouco reconhecido na sociedade, com experiências e influência únicas”.

“Com o apoio certo e mudanças estruturais – como transportes públicos de qualidade, produtos sustentáveis a preços acessíveis e incentivos para dietas de baixo carbono – os pais podem tornar-se modelos poderosos de comportamento sustentável para as próximas gerações”, defende Hampton.

Também Charlotte Howell, co-diretora da associação Parents for Future, sublinha que “os pais sentem profundamente a urgência da crise climática, mas muitos são travados por barreiras que estão fora do seu controlo”. E acrescenta: “Com mais apoio governamental e políticas inclusivas, podemos transformar a preocupação em ação concreta e construir o mundo que os nossos filhos merecem.”

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