O centenário Museu de História Natural de Maputo renasceu hoje, reinagurado após dois anos de requalificação, com laboratórios projetados para garantir o futuro da investigação e conservação do acervo.
“Moçambique dispõe agora de um Museu de História Natural renovado e moderno, projetado para o futuro da investigação e conservação”, disse o diretor-geral da Agência Italiana de Cooperação para Desenvolvimento (AICS), Marco Rusconi, destacando o compromisso com a educação e a ciência do Governo de Itália, que financiou a intervenção, avaliada em 4,2 milhões de euros.
O museu foi fundado em 1911 e instalado desde 1933 num edifício histórico de estilo Manuelino, do período colonial português, apresentado como um dos monumentos mais emblemáticos do país, tendo encerrado em outubro de 2023 para estas obras.

Reabilitado através de uma parceria entre os governos dos dois países, o museu é descrito como um símbolo da cooperação entre Itália e Moçambique, esperando-se que reforce as investigações sobre a biodiversidade moçambicana, ao mesmo tempo que permite conhecer e valorizar o património natural do país.
Para a ministra da Educação e Cultura, Samaria Tovela, que também esteve presente na cerimónia de hoje, a requalificação do museu tomou em consideração aspetos de inclusão, numa ação que vai permitir que pessoas com deficiência possam visitar o espaço.
“Melhorou as condições para que todos nós pudéssemos visitar e disfrutar do que temos aqui. Queremos vincar e agradecer o reconhecimento da inclusão, permitindo que pessoas com deficiência visual ou auditiva possam visitar este museu”, disse a governante.
O museu, que reabre ao público em 01 de outubro, pode agora, também, ser visitado virtualmente, devido à tecnologia de “ponta” com que foi equipado durante a requalificação.
O Museu de História Natural encerrou em outubro de 2023 para dar lugar às obras de requalificação, tendo sido alvo de profundas intervenções desde a sua estrutura arquitetónica, museológica e museográfica, conduzida por uma equipa multidisciplinar de especialistas italianos e moçambicanos, ligados à Universidade Sapienza.
A iniciativa foi realizada no âmbito do programa de Recursos, Inovação e Desenvolvimento para as áreas de conservação, através da sua componente de Conservação e Renovação da Biodiversidade em Moçambique, que promove iniciativas de valorização, reabilitação, preservação e conservação da biodiversidade marinha e terrestre.
O projeto, que incluiu igualmente a criação de um Centro de Conservação da Biodiversidade, foi coordenado pelo Polo Museale da Universidade Sapienza de Roma, em parceria com a Estação Zoológica Anton Dohrn e a ONG WeWorld.
Entre os destaques das intervenções arquitetónicas realizadas é apontada a instalação de painéis solares e um elevador, a instalação de um novo sistema de iluminação, a recuperação do teto e a instalação de sistema de climatização, bem como a construção de casas de banho internas.
Conta agora, também, com novas áreas temáticas, incluindo uma sala etnográfica com cerca de 500 objetos ligados às práticas culturais de diversos povos moçambicanos, abrangendo arte, escultura, música, ourivesaria, cerâmica e cestaria, complementada por um acervo fotográfico histórico.
LUSA