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Teresa Cotrim

Árvore bíblica salva-se da extinção devido a uma semente com 1000 anos

É quase o milagre da ressurreição, botânicos cultivaram uma árvore, considerada extinta a partir de uma semente encontrada durante escavações arqueológicas numa caverna natural no deserto da Judeia

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(a) semente antiga antes do plantio (b) semente em desenvolvimento com 5 semanas mostrando epicótilo e cotilédones em desenvolvimento cobertos por tegumento (c) muda (6 meses) (d) casca descascando (12 anos) (e) folhas mostrando pelos finos (12 anos) (f) árvore madura (12 anos). A permissão para o uso das fotos Elaine Solowey.

É quase o milagre da ressurreição, botânicos cultivaram uma árvore, considerada extinta a partir de uma semente encontrada durante escavações arqueológicas numa caverna natural em Lower Wadi el-Makkuk, localizada no deserto da Judeia, na década de 1980. Este era um canal de água durante o inverno. Segundo o estudo publicado na revista Communications Biology, os investigadores, contudo, questionam-se como esta foi lá parar. Se foi algum animal ou pássaro que a levou, ou deliberadamente foi lá colocada por mão humana devido ao seu elevado valor económico.

De salientar que se pensa desde o Séc. XVIII que esta espécie — Commiphora gileadensis, era cultivada nesta região em locais de oásis ao redor da bacia do Mar Morto. Era conhecida, pensam os investigadores, como o Bálsamo da Judeia. O estudo refere que era a exportação mais valiosa da Antiga Judeia (hoje Israel e Palestina), sendo valorizada pela sua resina aromática e perfumada “opabalsamum” (em grego: seiva de bálsamo) e pelos seus múltiplos usos económicos.

Segundo o estudo, a planta desapareceu desta região por volta do Séc. IX d.C, desencadeando um longo debate sobre a sua identidade científica. Quando descoberta foi armazenada no Departamento de Arqueologia da Universidade Hebraica até ser selecionada de outro material arqueobotânico pela Investigadora Sarah Sallon, diretora em medicina natural do Hospital Hadassah. “A semente está bem preservada, com 1,8 cm de comprimento e pesa 0,565 g”, diz o estudo. Foi plantada em 2010, na estufa do Centro de Agricultura Sustentável (CSA) com emergência de mudas cinco semanas depois.

Após a equipa determinar que a semente era viável, plantaram-na, fizeram-na brotar e cuidaram dela. Até lhe deram um nome, “Sheba”. Para fazer germinar o espécime, a coautora do estudo, Elaine Solowey, investigadora do Centro de Agricultura Sustentável do Instituto Arava de Estudos Ambientais em Israel, usou um processo aperfeiçoado durante investigações anteriores lideradas por Sarah Sallon em sementes de tamareira com 2.000 anos.

Uma notícia do The New York Times explica que a abordagem envolveu mergulhar a misteriosa semente do deserto da Judeia em água misturada com hormonas e fertilizantes antes de a plantar num vaso com solo estéril. Cinco semanas e meia depois nasce o broto. Protegendo a sua ponta, o estudo refere que após que este caiu, a equipa usou a datação de carbono na matéria orgânica para estimar a idade da planta. “É datada entre 993 e 1202 d.C”, escrevem no paper. Assim que a árvore começou a brotar folhas, Sarah Sallon partilhou as imagens com os botânicos a nível mundial.

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