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A cogestão de áreas protegidas por ONG e países africanos ajuda a reduzir em 55% a desflorestação

A África Subsariana alberga 13% da biodiversidade e representa aproximadamente 20% das florestas do mundo. As áreas protegidas desempenham um papel essencial na proteção da biodiversidade e dos ecossistemas

Desde a criação da primeira área protegida em 1925 na República Democrática do Congo, o Parque Nacional de Virunga, foram criados vários milhares de parques. Mas a falta de financiamento, as capacidades de gestão limitadas, a fragilidade das instituições e da governação complicam a missão destas zonas de proteger eficazmente a vida selvagem e os seus habitats.

Para atenuar estas dificuldades, foram criados modelos de gestão inovadores nos últimos 20 anos: os Estados e as ONG gerem conjuntamente estes parques através de parcerias público-privadas. Estas parcerias de gestão em colaboração (CMP) podem também ir até à delegação da gestão integral de milhares de quilómetros quadrados de um território de um ou vários Estados a ONG nacionais ou internacionais.

Outra especificidade destas PGC é a sua duração: as colaborações são estabelecidas por várias décadas (cerca de 25-30 anos, ou mesmo 40 anos em certos casos), enquanto as ONG apoiam geralmente projetos de 2 a 5 anos.

Os PGC facilitam financiamentos substanciais e a longo prazo, permitindo, por exemplo, recrutar e formar pessoal e guardas florestais, bem como construir infra-estruturas que ajudem as populações locais a reduzir a sua dependência dos recursos do parque e a melhorar as suas condições de vida (centrais eléctricas em torno dos parques de Garamba e Virunga, estradas, infra-estruturas turísticas, por exemplo).

Os investigadores examinaram esta mudança de abordagem para verificar se estes investimentos tornaram as áreas protegidas mais eficazes. O seu estudo identificou 127 parcerias em 16 países da África Subsariana em 2023, envolvendo 48 ONG, 21 das quais nacionais e 27 internacionais.

Estas áreas cobrem quase 1 milhão de quilómetros quadrados, quase o dobro do tamanho da França. Os investigadores avaliaram o impacto dos PGC comparando a taxa de perda de coberto arbóreo antes e depois da sua criação.

Os resultados mostram que os PGC reduziram a desflorestação numa média de 55% nas zonas protegidas. São particularmente eficazes nas zonas protegidas sujeitas a um elevado nível de pressão antropogénica, onde a redução da desflorestação atinge 66%.

Estes resultados ilustram que os PGC a longo prazo entre governos e organizações não governamentais podem ser parte da solução para melhorar a proteção da biodiversidade. No entanto, a duração dos CMP exige que os Estados implementem mecanismos de monitorização para avaliar o seu impacto. Para além disso, a investigação futura terá de determinar se a melhoria das condições ambientais beneficia as populações que vivem perto destes parques.

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