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Antártida a aquecer: quem ganha e quem perde com as alterações climáticas?

À medida que o planeta aquece, os efeitos das alterações climáticas não se farão sentir de igual forma entre as espécies marinhas da Antártida. Quem serão os vencedores e os perdedores neste ecossistema em rápida transformação? As conclusões são tão fascinantes quanto preocupantes. O estudo Predicting Which Species Succeed in Climate-Forced Polar Seas, publicado na Frontiers explica tudo.

Pinguins e baleias em risco

Espécies que dependem do gelo marinho para se alimentar ou reproduzir, como o majestoso pinguim-imperador e a baleia-jubarte, estão entre as mais ameaçadas.

A razão? A diminuição do gelo reduz drasticamente os habitats e as fontes de alimento destes animais. Por exemplo, o krill — pequeno crustáceo essencial na cadeia alimentar — alimenta-se de algas que crescem sob o gelo. Com menos gelo, há menos algas, menos krill… e menos alimento para muitas espécies, como os pinguins-de-adélia, os pinguins-de-barbicha e as próprias baleias-jubarte.

Glaciares a recuar, novos habitats a surgir

Por outro lado, algumas espécies poderão beneficiar com o desaparecimento do gelo. Animais que se alimentam em mar aberto ou vivem no fundo do mar, como estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, vermes marinhos, salpas e medusas, poderão sair a ganhar.

“Estas espécies são verdadeiros pioneiros, que regressaram às zonas costeiras depois do fim da última glaciação”, explica o David Barnes, um dos investigadores do estudo. Agora, com a perda de gelo, novas áreas tornam-se habitáveis e mais ricas em alimento, criando oportunidades para estas espécies expandirem o seu território.

O futuro é incerto — mas nem tudo são más notícias

Embora muitas espécies estejam em risco, outras poderão adaptar-se ou deslocar-se para habitats mais profundos. No entanto, os investigadores alertam que a biodiversidade irá sofrer alterações profundas. Espécies sensíveis à temperatura e com conchas calcárias, por exemplo, foram consideradas das mais vulneráveis.

“Um dos maiores desafios é perceber até que ponto o aumento da temperatura terá um impacto maior do que o benefício trazido pela perda de gelo”, afirma o Dr. Simon Morley, autor principal do estudo. “Ainda há muito por descobrir, e mais dados ajudarão a melhorar as nossas previsões.”

Curiosidade: nem todas as baleias perdem

Enquanto a baleia-jubarte depende do krill, a baleia-franca-austral alimenta-se de copépodes, outro tipo de plâncton que está associado a águas abertas — e por isso poderá beneficiar com a redução do gelo marinho.

Conclusão: As alterações climáticas estão a redesenhar o ecossistema marinho da Antártida. Proteger estas espécies exige uma compreensão profunda das suas relações com o gelo, o alimento e o habitat. Afinal, cada grau conta — e cada espécie também.

Artigo original aqui

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