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Antílope esquecido de África à beira da extinção foi fotografado pela primeira vez em décadas

Estima-se que restem menos de 100 no mundo, por isso esta foto pode ser a chance para os salvar

Uma equipa de investigação avistou e fotografou pela primeira vez exemplares vivos do lechwe de Upemba também conhecido como o “antílope esquecido da África”. Um antílope raro e criticamente ameaçado, considerado desaparecido durante décadas. Esta é a primeira vez que uma imagem de um exemplar vido é divulgada. E estes segundos podem ser o bastante para a sobrevivência da espécie.

O milagre fotográfico aconteceu durante uma expedição científica realizada em março de 2025 na Depressão de Kamalondo, no Sul da República Democrática do Congo, uma área outrora rica em fauna, mas fortemente afetada pela caça furtiva e pelo declínio da proteção institucional nas últimas décadas.

Durante um voo de monitorização foram avistados 10 indivíduos, confirmando que a espécie ainda resiste — embora por um fio. Segundo o The Guardian, o momento foi captado por Manuel Weber, do departamento do Parque Nacional de Upemba.

O levantamento aéreo foi cuidadosamente planeado com base em revisões bibliográficas, entrevistas com guardas do parque e relatos de residentes locais. A equipa percorreu mais de mil quilómetros em trajetos aéreos sobre a área histórica da espécie, registando não só a presença dos animais, mas também mais de 1500 habitações humanas — evidência do crescimento da ocupação humana numa zona sensível à vida selvagem.

Este foi descrito oficialmente apenas em 2005 com base em espécimes de museu recolhidos em 1926 e 1947–1948. O último levantamento da sua população tinha ocorrido há mais de 50 anos. “Estima-se agora que existam menos de 100 exemplares em estado selvagem, tornando-o num dos grandes mamíferos mais raros do planeta”, revelam os dados publicado no African Journal of Ecology.

“A descoberta é simultaneamente emocionante e devastadora. A espécie sobrevive, mas está no limiar da extinção,” afirma um dos investigadores envolvidos na mesma publicação.

Os avistamentos ocorreram na sua antiga zona de forte presença, a leste do rio Lualaba, uma área de pântanos e zonas sazonalmente alagadas, com vegetação favorável à espécie. Nos anos 1970, estima-se que esta área abrigasse entre 5.000 e 22.000 exemplares. Em 2025, foram encontrados apenas 10 animais numa área de 587 km² — um declínio dramático.

A espécie mostra comportamento extremamente esquivo, o que poderá ter levado a uma subestimação, mas os especialistas concordam que o número total dificilmente ultrapassará os 100.

Além disso, apenas 42% da depressão está atualmente sob proteção oficial, e desde 1948 não há qualquer registo confirmado destes animais fora dessas zonas protegidas. A ocupação humana e a caça furtiva agravaram-se nos últimos anos, com registos de dezenas de animais abatidos por semana nas décadas anteriores. Durante o levantamento aéreo, foram identificadas mais de 1.500 habitações humanas na antiga área principal da espécie, evidenciando a crescente pressão antrópica.

Medidas urgentes recomendadas

Os investigadores alertam para a necessidade urgente de intervenção. Entre as ações prioritárias propostas estão:

  • Estabelecer patrulhas anti-caça furtiva permanentes no habitat principal da espécie;
  • Realizar novos levantamentos aéreos e terrestres em toda a Depressão de Kamalondo;
  • Avaliar as pressões que ameaçam a espécie e implementar medidas de conservação in situ com envolvimento das comunidades locais.

“Se não agirmos agora, este antílope poderá desaparecer da Terra num futuro muito próximo.”

O estudo marca um ponto de viragem crítico na luta pela conservação desta espécie emblemática da savana húmida africana, destacando tanto a sua resiliência como a vulnerabilidade extrema em que se encontra.

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