A área ardida da Amazónia em 2024 foi maior do que a totalidade da área da Bélgica e os incêndios libertaram tantos gases com efeito de estufa como o total produzido anualmente pela Alemanha, foi hoje anunciado.
De acordo com um relatório feito pela Comissão Europeia que acompanhou os incêndios naquela região da América, em 2024 arderam mais de três milhões de hectares de floresta na Amazónia, o que é mais do que a totalidade da área da Bélgica.
Os incêndios também libertaram cerca de “791 milhões de toneladas de dióxido de carbono” para a atmosfera, valor que “é comparável à produção anual de gases com efeito de estufa da Alemanha”.
“A dimensão da destruição faz com que o aumento das emissões de gases com efeito de estufa [responsáveis pelo aquecimento global] seja nove vezes maior comparando com a média dos dois anos anteriores”, alertou o relatório.
A Comissão Europeia advertiu que a “intensidade e frequência” dos incêndios demonstram que há uma “vulnerabilidade crescente” para os ecossistemas da Amazónia e “soa os alarmes sobre as consequências climáticas globais” para esta floresta que é considerada o “pulmão do planeta”.
O relatório, elaborado por um centro de investigação da Comissão Europeia em parceria com os países da América Latina, pede “ações urgentes e coordenadas” para reforçar a prevenção de incêndios, a monitorização e “capacidades de resposta rápidas”.
Para tentar reverter a situação, “a cooperação internacional” é chave, advertem os investigadores que calcularam a área ardida da Amazónia.
A Amazónia abrange nove países: Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e o território da Guiana Francesa.
Dos quase sete mil milhões de quilómetros quadrados totais desta floresta, 4,2 milhões de quilómetros quadrados estão dentro do território do Brasil.
LUSA