Se usar a de plástico por pelo menos dez anos, compensa! Mas não é preto no branco. Um estudo da DECOPROTESTE diz que há pros e contras para ambas. Porém, a sintética tem mais pontos negativos
Há uma cena memorável do filme Harry e Sally, de 1989, protagonizada por Meg Ryan em que esta compra uma árvore de Natal numa calçada de Manhattan e a arrasta para casa a pé, mas desengane-se quem pensa que é um momento criado apenas para o cinema. Os nova iorquinos compram assim as suas árvores vindas de empresas que as plantam para esta quadra do ano. Só para ter uma ideia este negócio gera ao setor entre 20 a 30 milhões de dólares, anualmente.
Por cá… Nesta altura, já tem a sua árvore enfeitada. Se for sintética pode reutilizá-la durante vários anos. Só assim compensará a pegada carbónica, afinal são feitas de plástico, um derivado do petróleo, e não podem ser recicladas. Segundo o World Wildlife Fund (WWF) só faz sentido adquirir uma destas árvores se ela for usada por pelo menos dez anos. Siga este conselho. Se optou por um pinheiro verdadeiro, a mesma fonte recomenda comprá-lo de uma floresta certificada pelo Forest Stewarship Council (FSC) e garantir que a madeira é reutilizada após o Natal.
A DECO PROTESTE testou o impacto ambiental das duas opções e garante que não há uma resposta preto no branco. Para fazer uma comparação justa utilizaram uma árvore da mesma altura, dois metros, mas o peso era diferente, claro!
No caso da árvore artificial analisaram a produção da mesma (feita de plástico, ou seja PVC, aço e com um peso de sete quilos) e da embalagem, o seu transporte até Portugal (veio de barco da China), depois ainda teve de percorrer 100 km entre o porto e o local da venda. Após a compra fez 10 km até à casa do consumidor. Na análise, ainda tiveram em consideração o fim de vida da árvore e da embalagem.
Quanto ao pinheiro natural, a DECO PROTESTE teve em conta a germinação e todas as necessidades da árvore ao longo de 11 anos — o tempo necessário para que este crescesse até aos 2 metros de altura, o corte, a produção da embalagem, o transporte até ao local de venda e para casa do cliente, e também o fim de vida da embalagem e do pinheiro. Esta pesava 15 kg, foi plantada em Portugal e após cortada fez uma viagem de camião de 100 km até chegar ao local onde seria vendida. Também aqui o consumidor percorreria uma distância de 10 km até casa.
Segundo a DECO PROTESTE analisadas as diversas variáveis de impactos ambientais, tais como o grau de contribuição de ambas para o aquecimento global, impacto sobre a saúde humana, ecotoxicidade terrestre e na água, uso do solo e consumo de água, entre outras, os resultados podem resumir-se muito facilmente: “a árvore de plástico tem muito mais impacto em todas as vertentes estudadas, à exceção da categoria de uso do solo. O que é natural, tendo em conta que não é plantada, como a sua congénere natural”.
A mesma fonte refere, porém que há uma pequena surpresa: “existem impactos ambientais na categoria de potencial de aquecimento global para a árvores de Natal natural. O fenómeno tem a ver com as emissões associadas à manutenção da árvore (corte da relva, fertilizantes e pesticidas que possam ter sido utilizados), e ao seu abate, transporte e embalagem.” Isto porque o dióxido carbono que a árvore absorve ao longo da vida é libertado quando esta é cortada.
Já no caso das árvores de plástico, os processos de produção acabam por ter um maior impacto ambiental. Relativamente ao transporte, o barco da China até Portugal não apresenta impactos ambientais muito relevantes, uma vez que apenas são considerados os associados ao transporte de 7,5 quilos (árvore mais embalagem de cartão).
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