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Cientistas inventariam quase 500 espécies de árvores no Mediterrâneo e alertam para riscos de conservação

Um consórcio internacional de 30 cientistas, coordenado pelo INRAE (Instituto Nacional de Investigação para Agricultura, Alimentação e Ambiente, França) e pelo Instituto Florestal Europeu (EFI), identificou 496 espécies e 147 subespécies de árvores na região mediterrânica. O estudo, publicado na revista Current Forestry Reports a 18 de agosto de 2025, fornece dados inéditos sobre biodiversidade, risco de extinção e diversidade genética das árvores deste ecossistema considerado um dos mais vulneráveis às alterações climáticas.

Apesar do papel crucial das florestas mediterrânicas na adaptação e mitigação das alterações climáticas, as espécies de árvores desta região raramente são contempladas nas políticas de conservação e gestão sustentável. Para colmatar esta lacuna, investigadores de universidades e institutos de França, Espanha, Argélia, Turquia e outros países do sul da Europa, Norte de África e Médio Oriente reuniram e analisaram um vasto conjunto de dados.

O levantamento revelou não apenas as espécies já conhecidas, mas também 48 espécies e 8 subespécies até então classificadas como arbustos, mas que, no Mediterrâneo, crescem naturalmente como árvores.

Endemismos e diversidade desigual

A investigação abrangeu 39 territórios botânicos mediterrânicos, regiões definidas dentro dos países. Os resultados mostraram fortes variações no número de espécies endémicas (ou seja, exclusivas de uma determinada área). A Turquia lidera com 277 espécies endémicas, seguida de Espanha (150), França continental (139), Sicília (102) e Argélia (57).

Outro dado preocupante é que cerca de metade das espécies não têm avaliação de risco na Lista Vermelha da IUCN. Já em relação à diversidade genética, só um terço das espécies foi estudado — sobretudo as de interesse económico. Entre as 169 espécies com dados disponíveis, 43% têm usos alimentares ou madeireiros.

Um recurso aberto para políticas públicas

Os autores defendem que estas lacunas reforçam a necessidade de cooperação científica internacional, tal como previsto na Mediterranean Forest Research Agenda 2030. Os dados, agora disponíveis em acesso aberto através da plataforma Recherche Data Gouv, podem apoiar políticas nacionais e regionais de conservação de recursos genéticos florestais, restauração ecológica e gestão sustentável das florestas.

Segundo os investigadores, este inventário representa um passo essencial para proteger as árvores mediterrânicas num contexto de rápida mudança climática e para garantir que não sejam ignoradas em estratégias globais de conservação.

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