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Contagem elevada de pólen pode aumentar risco de suicídio, revela estudo

Um estudo da Universidade de Michigan aponta para uma ligação preocupante entre as épocas de maior concentração de pólen no ar e o aumento do risco de suicídio.

Mais do que espirros e olhos irritados, as alergias sazonais podem estar associadas a um impacto profundo na saúde mental. De acordo com a investigação, publicada na Journal of Health Economics, em dias com níveis elevados de pólen, o número de mortes por suicídio aumentou até 7,4%.

“Um pequeno choque pode ter um grande efeito se a pessoa já se encontra num estado vulnerável”, explicou Joelle Abramowitz, investigadora do Instituto de Investigação Social da Universidade de Michigan.

O estudo e os resultados

A investigação analisou dados diários de pólen em 186 condados de 34 áreas metropolitanas nos Estados Unidos, cruzando-os com registos de suicídios do National Violent Death Reporting System, entre 2006 e 2018.

Os investigadores dividiram a exposição ao pólen em quatro níveis. A relação foi incremental:

  • No segundo nível, o risco aumentou 4,5%
  • No terceiro, 5,5%
  • No quarto e mais elevado, atingiu 7,4%

No total, estima-se que o pólen possa ter contribuído para cerca de 12 mil suicídios durante o período analisado, ou seja, entre 900 e 1.200 por ano.

Populações mais vulneráveis

O efeito revelou-se mais acentuado em pessoas com histórico de doença mental ou que já tinham recebido tratamento, com um aumento de 8,6% do risco em dias de maior concentração de pólen.

Embora os homens brancos tenham sido os principais afetados, os investigadores ficaram surpreendidos com a elevada vulnerabilidade observada também em indivíduos negros.

“Apesar de os dados serem norte-americanos, acreditamos que os resultados são relevantes a nível global”, acrescentou Abramowitz, recordando estudos anteriores em países como o Japão e a Dinamarca que apontaram na mesma direção.

Saúde pública e prevenção

Os autores sublinham que reduzir a quantidade de pólen no ambiente não é uma opção viável. Em alternativa, defendem melhor previsão e comunicação pública sobre os níveis de pólen, permitindo às pessoas adotar medidas preventivas, como limitar atividades ao ar livre, usar máscara ou ter anti-histamínicos à mão.

A investigação aponta ainda para a necessidade de maior consciência na área da saúde mental. Médicos de família e outros profissionais de cuidados primários podem desempenhar um papel importante, reconhecendo a relação entre fatores ambientais e bem-estar psicológico.

“Devemos estar mais atentos à forma como reagimos a pequenas alterações ambientais e ao impacto que podem ter na nossa saúde mental”, concluiu Abramowitz.

O impacto das alterações climáticas

Os investigadores alertam ainda que, com o prolongamento e intensificação das estações de pólen devido às alterações climáticas, este fenómeno poderá mais do que duplicar até ao final do século, aumentando a urgência de estratégias de prevenção.

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