A presidência brasileira da conferência sobre o clima em Belém, a COP30, publicou hoje uma primeira versão de um acordo entre os países, que continuam divididos em questões essenciais como a ambição climática, o financiamento e o comércio.
O texto, chamado “Mutirão Mundial ” (referência a um termo indígena que designa uma comunidade que se une para trabalhar em conjunto numa tarefa comum), contém ainda diversas opções, pelo que será reformulado até que possa haver um acordo entre as nações presentes na conferência da ONU sobre o clima.
A Presidência da República anunciou na segunda-feira que os negociadores vão trabalhar ininterruptamente para garantir que um acordo sobre os pontos mais polémicos possa ser adotado em plenário “até ao meio da semana”.
O documento de nove páginas começa por reafirmar o compromisso do Brasil com o Acordo de Paris de 2015 e a sua dedicação ao multilateralismo.
Em relação à ambição climática, o texto propõe, como opção, que o relatório que resume os compromissos climáticos dos países seja publicado anualmente, em vez de ser de cinco em cinco anos.
Diversas opções abordam também a transição fora dos combustíveis fósseis, um ponto de discórdia entre os países produtores e aqueles que procuram um roteiro para a sua eliminação gradual.
No documento sugere-se triplicar o financiamento dos países ricos às nações mais pobres para a adaptação às alterações climáticas até 2030 ou 2035, uma medida que está alinhada com uma exigência dos países em desenvolvimento.
O último ponto abordado no texto diz respeito a medidas comerciais “unilaterais”, como o Mecanismo de Ajustamento Carbónico Fronteiriço (CBAM – Carbon Border Adjustment Mechanism), que tem sido criticado por países como a China.
Sobre esta questão sensível, são propostas quatro opções, que vão desde a criação de um fórum de discussão até à organização de uma cimeira sob os auspícios do Secretário-Geral da ONU.
A COP30 começou no dia 10 e deve terminar na próxima sexta-feira.
LUSA

