Quem não ama as árvores? Elas renovam o ar que respiramos, dão sombra, abrigo a muitos animais e, inclusive a pessoas, como acontece com os embondeiros em África, auxiliam no ciclo da água, ajudam na biodiversidade e têm um papel fundamental no restauro da natureza. Passar tempo cercado de árvores é um bálsamo e uma terapia para desligar da vida agitada das cidades. Há mais de 70 mil espécies, sabia?
Além disso, contam histórias. Inspiram-nos. Quando o tema é inspiração, a macieira sobe de imediato ao pódio, afinal a que está cercada por uma vedação num pomar em Linconshire, Inglaterra, guarda a história verdadeira ou ficcionada não sabemos, de que, em 1666, teria sido uma das suas maçãs que ao cair na cabeça de Isaac Newton, enquanto este contemplava o horizonte e o faria interrogar-se: o que faz aquela maçã cair sempre na perpendicular em relação ao solo? O Buda, por exemplo teria alcançado a iluminação ao meditar sob uma figueira sagrada. E é precisamente pela figueira que vamos começar.
Figueira Portuguesa

Portugal ficou em segundo lugar no concurso da Árvore Europeia do Ando com a “Figueira dos Amores”, uma figueira da austrália plantada nos jardins da Quinta das Lágrimas, em Coimbra. Segundo noticiou a LUSA esta arrecadou 43 mil votos. No mês passado, quando foi anunciada como a representante de Portugal, Miguel Júdice, presidente do Hotel Quinta das Lágrimas, afirmou: “Esta é talvez a árvore mais icónica do Jardim da Quinta das Lágrimas. Achei que tinha potencial para ser a árvore portuguesa do ano, candidatámos e, na sequência da vitória no concurso português, passámos ao concurso europeu”.
A figueira, com cerca de 150 anos, é uma árvore australiana, com 35 metros de altura, 15 de perímetro de tronco e aproximadamente 40 de diâmetro de copa. A árvore pode ser encontrada no Jardim, junto à Fonte dos Amores, espaço da história de amor de Pedro e Inês. Plantada no jardim, no século XIX, por um aristocrata colecionador de árvores, na sequência de trocas de sementes com o Jardim Botânico de Sydney, a peça chama a atenção pela dimensão dos seus ramos, tronco e raízes.
Faia Polaca

Foto: Marcin Kopig
A faia polaca ganhou o concurso Árvore Europeia do Ano com 147 mil votos, em 400 mil. Num comunicado, a União para a Floresta Mediterrânica (UNAC) que organiza o concurso em Portugal, recordou que a Polónia venceu pela quarta vez consecutiva, desta vez com uma faia que está nas colinas de Dalkowskie.
Segundo a LUSA, ao receberem a distinção os representantes polacos destacaram a história da faia e disseram ser uma árvore que une, porque lá se juntam pessoas, se fazem concertos e clubes de leitura e mesmo missas. Mais de 5.000 pessoas participaram ali em workshops ligados a horticultura e silvoterapia.
Sequoia sempervirensmais

Foto adaptada: Diane Cook e Len Jenshel/ Bat Geo Image Collection/Reprodução
A maior árvore do mundo vive no Parque Nacional Redwood, na Califórnia (EUA), mas não pode ser visitada. Quem ousar pode pagar uma multa na ordem dos 4 mil euros. Tem a altura equivalente a um prédio de 40 andares, com 116, 07 metros e quase 5 m de diâmetro – o comprimento de dois carros. Chamam-lhe Hyperion, nome dos titãs, gigantes da mitologia grega. Tem entre 600 a 800 anos.
Árvore Fonte

Foto: Flickr / Water Alternatives Photos / Creative Commons
Esta amoreira vive na cidade de Dinosa, em Montenegro. Todos os anos, após dar frutos, transforma-se em fonte de água atraindo turistas de todo o mundo. O fenómeno começou em 1990 e agora acontece todos os anos.
Árvore de Vida

Foto:Wikipedia
Esta espécie Prosopis cineraria sobrevive no deserto do Bahrein, no Golfo Pérsico. Tem cerca de 30 metros e recebe uma média de 50 mil visitantes por ano. Cercada por quilómetros de areia, e é a única num raio de 2 km. A temperatura média na região é de 41°C, chegando muitas vezes aos 49°C, além disso são comuns as tempestades de areia.
Não se sabe como sobrevive; os cientistas especulam que a fonte de água mais próxima possível é um riacho subterrâneo situado a três quilómetros de distância, e que de alguma forma ela extrai dali água; outros dizem ser capaz de capturar humidade das brisas que sopram do Golfo Pérsico ou extrair humidade de grãos de areia. De acordo com lendas locais, a árvore está no que antes era o Jardim do Éden e, portanto, tem uma fonte de água mística.
Árvore do circo

Foto: Raízes e Folhas
Esta é uma criação. O seu formato foi manipulado por Axel Erlandson que era agricultor e plantou 70 exemplares. Com as mudas e várias técnicas conseguiu criar padrões geométricos.
Árvore avô

@ChileTravel (https://www.chile.travel/pt-br/diario-de-viagens/parque-nacional-alerce-costero-um-grande-pulmao-no-sul-do-chile/)
O cipestre da patagónia está no Parque Nacional Alerce Costeiro, no Chile tem 5484 anos. É uma conífera de crescimento lento nativa dos vales frios e húmidos do sul dos Andes. “A árvore não é apenas velha, é uma cápsula do tempo com uma mensagem sobre o futuro. Temos um registro de vida de 5000 anos. Podemos ver a resposta de um ser antigo às mudanças que fizemos no planeta”, disse ao Jornal The Guardian, Jonathan Baricheivich, do Laboratório de Ciências do Clima e Meio Ambiente de Paris.
Sangue de dragão

@wikipedia
A Dracaena draco L produz resina vermelha que pode ser extraída das suas cascas e folhas. Pode ser usada para medicina tradicional ou para tingir tecidos e madeiras.
Árvore de Tule

@wikimedia communs
O cipreste de Montezuma, no México é conhecido como a árvores de Tule. O tronco tem 36 metros de circunferência e cerca de 11,5 de diâmetro e suporta uma copa quase do tamanho de dois campos de ténis.
Árvore- prisão de Derby

@Wikimedia communs
Embondeiro, Austrália. São também conhecidas como a árvore da vida. Tem 1500 anos, mede 14,7 metros de circunferência e contém uma cavidade inferior formada naturalmente. Nas línguas Nyulnyulan do Kimberley Ocidental, as comunidades aborígenes chamam as estas árvores de larrgadiy e consideram-nas indivíduos com personalidades distintas. Uma cerca protetora circunda a árvore para evitar a compressão do solo por veículos e preservar a estrutura contra vandalismo. Apesar da crença generalizada, nenhuma evidência histórica confirma que esta árvore oca funcionou como prisão temporária para indígenas.