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EDP Renováveis abandona projetos eólicos na Colômbia e estima perdas de até 700 ME

A EDP Renováveis (EDPR) decidiu não avançar com os seus investimentos em projetos eólicos na Colômbia, referindo que estes não cumprem o perfil de risco da empresa, e estima perdas de até 700 milhões de euros

“A EDPR decidiu não avançar com os investimentos nos seus projetos eólicos de 0,5 GW [gigawatts] na região de La Guajira, na Colômbia”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Segundo a empresa, estes projetos não cumprem os critérios de investimento e o seu perfil de risco.

A empresa entrou no mercado colombiano, em 2019, através dos projetos Alpha e Beta, que obtiveram licenças ambientais em agosto do mesmo ano. Durante os confinamentos devido à pandemia de covid-19, o processo de licenciamento ambiental para uma linha de transmissão de 81 quilómetros sofreu atrasos significativos. Já em meados de 2021, para minimizar o impacto das necessidades de entrega de energia causada pelos atrasos relacionados com os confinamentos, as turbinas dos dois projetos foram armazenadas numa infraestrutura portuária em La Guajira.

Após uma mudança de Governo, no final de 2022, foram pedidos ajustes para a licença ambiental da linha de interligação, “criando um atraso material no processo de desenvolvimento”. A elétrica disse ter desenvolvido várias iniciativas com o novo Governo e com o regulador e, em resposta, o executivo publicou um decreto com medidas de emergência, que foi anulado judicialmente em outubro de 2023.

A EDPR alcançou a renegociação bilateral de 80,7% dos volumes totais de energia dos PPAs – ‘Power Purchase Agreements’ (Acordos de compra de energia), “com a consequente suspensão da entrega de energia por mais de dois anos”. A licença ambiental para a linha de interligação foi submetida à Autoridade Nacional de Licenciamento Ambiental e deverá ser concedida em fevereiro.

Contudo, a elétrica sublinhou que não foi, até hoje, “alcançada visibilidade sobre a melhoria do quadro de receitas reguladas”, como as medidas que a EDPR e a associação de energias renováveis da Colômbia defenderam como cruciais para permitir a construção de projetos eólicos. Assim, a empresa decidiu não avançar com os investimentos restantes para a construção dos parques eólicos.

“Face a esta decisão, a EDPR estima perdas potenciais associadas a estes projetos de até 0,7 mil milhões de euros”, montantes que vão ser tratados como eventos não decorrentes, ou seja, não vão ter impacto no lucro ou na política de dividendos, precisou. Na sessão de hoje da bolsa, as ações da EDPR cederam 1,78% para 9,65 euros.

Este artigo foi escrito pela LUSA

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