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Estrela-do-mar coroa de espinhos, a devoradora de corais

Um novo estudo da Universidade de Queensland, na Austrália, mostra que os esforços para controlar a estrela-do-mar coroa de espinhos (Acanthaster planci) também conhecida como Crown-of-thorns starfish, ou COTS, em inglês, que se alimenta de corais, estão a dar bons resultados na Grande Barreira de Corais — mesmo com as crescentes pressões causadas pelas mudanças climáticas.

A investigadora Tina Skinner, da Escola de Ambiente da universidade, explicou que as medidas de controlo destas estrelas-do-mar estão a ter um impacto positivo duradouro.

“As nossas simulações mostraram que o seu controlo levou a um aumento da cobertura de coral (ou seja, a quantidade de coral vivo) em cerca de 85% dos casos, sendo que em cerca de um terço dos recifes esse crescimento foi superior a 10%”, contabilizou a investigadora.

Segundo ela, esta é uma boa notícia para a resistência dos recifes e mostra que agir ativamente faz a diferença.

Além do aumento na quantidade de coral, o estudo mostrou que os benefícios de eliminar ou remover estas estrelas-do-mar predadoras continuam a crescer ao longo do tempo — mesmo com os efeitos negativos causados pelas alterações climáticas, como o aumento da temperatura do mar.

“Mesmo com o aquecimento global, vimos melhorias nos recifes onde foi feito o controlo destas estrelas do mar. E essas melhorias chegaram até a recifes vizinhos — ou porque se evitou a chegada de larvas das estrelas-do-mar, ou porque os recifes saudáveis ajudaram os outros a recuperar ao fornecer larvas de coral (pequenos organismos jovens que se fixam e crescem em novos corais)”, explicou.

Com tanta preocupação em relação ao futuro da Grande Barreira de Corais, este estudo mostra que intervenções locais e proativas estão realmente a funcionar, e que vale a pena expandir esse tipo de trabalho.

Ainda assim, Skinner alertou que o controlo destas estrelas é apenas uma parte da solução.

“É essencial reduzir as emissões de gases com efeito de estufa para limitar os impactos das alterações climáticas e proteger os ganhos alcançados com os corais, especialmente a partir de 2040”, afirmou.

O estudo utilizou um modelo complexo que simulou os 3.806 recifes que compõem a Grande Barreira de Corais ao longo dos seus 2.300 km de extensão. Este modelo incluiu dados sobre surtos anteriores das estrelas-do-mar, os programas atuais de controlo geridos pela Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais, e também projeções de eventos futuros como o aumento da temperatura, ciclones e qualidade da água, com base em modelos climáticos globais até 2040.

“Mesmo com todas estas pressões, os recifes onde foi feito o controlo continuaram a beneficiar, e os recifes próximos também. Já os recifes que não tiveram controlo direto ou não estavam perto de recifes tratados apresentaram piores resultados”, explicou Skinner.

O professor Peter Mumby, coautor do estudo, destacou que apesar de o programa de controlo atual ser eficaz, ainda cobre menos de 10% da Grande Barreira.

“Este estudo vai ajudar a melhorar a eficácia da remoção das estrelas-do-mar e a saúde dos corais. Também identificou os fatores mais importantes — tanto ecológicos como de gestão — que indicam quando e onde o controlo funciona melhor. Isso vai ser muito útil para os responsáveis pela conservação tomarem melhores decisões”, disse o professor.

Este trabalho faz parte do Programa de Inovação no Controlo das estrelas do mar, financiado pelo Governo Australiano em parceria com a Fundação da Grande Barreira de Corais.

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