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Formigas desvendam o segredo do trabalho em equipa, dando uma grande lição de recursos humanos

Se pensa que trabalhar em equipa significa “fazer o mínimo enquanto os outros se esforçam”, prepare-se para levar uma lição — de formigas. Um estudo, publicado na revista Current Biology, revela que as formigas tecelãs (essas pequenas operárias tropicais) fazem precisamente o contrário do que é comum nos grupos humanos: quanto maior a equipa, mais cada formiga contribui.

Sim, leu bem. Estas formigas não só não se encostam quando o grupo cresce, como ainda dobram o esforço. O estudo, liderado por Madelyne Stewardson e Chris Reid da Macquarie University, desmascara o chamado “Efeito Ringelmann” — aquele fenómeno descoberto em 1913 por um engenheiro francês que notou que quanto mais pessoas estiverem a puxar uma corda, menos cada uma se esforça.

Formigas que fazem ginásio em grupo

As estrelas desta descoberta são essas pequenas formigas que vivem em árvores ( Oecophylla smaragdina ), encontradas na África tropical, Ásia e Austrália, são conhecidas pelos seus comportamentos de construção de ninhos, formando correntes vivas para enrolar folhas e colá-las com a seda das suas larvas. Estas são conhecidas por construírem ninhos com folhas que colam usando seda produzida pelas larvas.

Stewardson e o ecologista comportamental Chris Reid, da Escola de Ciências Naturais de Macquarie, trabalharam com uma equipa internacional para medir a força que grupos de formigas de diferentes tamanhos poderiam aplicar ao construir ninhos.

Os investigadores montaram uma experiência induzindo colónias de formigas tecelãs a formar correntes de tração para mover uma folha artificial conectada a um medidor de força. Ou seja, nos testes de laboratório, os investigadores desafiaram-nas a puxar uma “folha artificial” ligada a um medidor de força. E o que aconteceu? Uma verdadeira demonstração de músculo coletivo.

“Cada formiga quase duplicava a força que fazia à medida que a equipa crescia”, explica Stewardson, com um entusiasmo, explicando que as formigas dividem o seu trabalho em duas etapas: algumas puxam ativamente, enquanto outras agem como âncoras para armazenar essa força de tração.

O segredo?

Mas como é que estas pequenas se organizam com tanta eficácia? Entra em cena Daniele Carlesso, da Universidade de Konstanz, que propôs a teoria da ‘catraca de força’

Segundo Carlesso, o truque está em dividir o trabalho: umas formigas puxam ativamente, enquanto outras se esticam e servem de âncora, acumulando e transferindo força. Como se fosse um esticador biológico com patinhas.

E há mais: quanto mais comprida a cadeia de formigas, mais aderência têm ao chão. Resultado? Conseguem resistir melhor à força contrária — neste caso, da “folha” a ser puxada.

Robôs, tomem nota

Para Chris Reid, este comportamento não é só fascinante — é também inspirador para o futuro da robótica. Atualmente, grupos de robôs tendem a ter o mesmo desempenho individual quer estejam sozinhos ou em grupo. Mas com uma pitada de sabedoria destas formigas, isso pode mudar.

“Se conseguirmos programar robots com estratégias cooperativas inspiradas nas formigas, podemos ter equipas de robôs mais eficazes e menos… preguiçosos”, diz Reid.

Portanto, se um dia vir um exército de robots a puxar móveis em sincronia impecável, já sabe a quem agradecer: às formigas musculadas dos trópicos.

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