#PorUmMundoMelhor

Sustentix

Quem diria que os cães de trenó da Sibéria e do Alasca têm possível mistura com raças europeias

Uma nova investigação, co-liderada pela Universidade de Cornell revela quando e como o ADN dos cães de trenó da Sibéria e do Alasca se misturou

Havia uma preocupação real por parte dos criadores de cães da Sibéria — que, na sua maioria, faziam corridas com estes animais — de que estavam a enviar amostras do seu ADN para análise, mais no contexto de caraterísticas de saúde, e começaram a receber informações sobre a ascendência da raça que diziam que o seu cão não era 100% husky siberiano”, conta Heather Huson, uma antiga corredora de cães de trenó que agora é professora associada de ciência animal em Cornell. “Muitos (testes de ascendência) diziam que os huskies siberianos tinham uma certa percentagem de husky do Alasca.

Foto: Vecteezy

O estudo genómico maciço do husky siberiano revela que os cães de trenó descendem de duas linhagens distintas de canídeos do Ártico e que tiveram origem no nordeste do Ártico siberiano gerações antes do que se pensava. O estudo mostrou também que cerca de metade dos huskies siberianos criados para corridas têm introgressões com raças europeias.

Heather Huson é coautor correspondente do estudo “Comparative Population Genomics of Arctic Sled Dogs Reveals a Deep and Complex History”, na revista Genome Biology and Evolution. O outro autor correspondente é Tracy Smith, professor sénior do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Maryland, Baltimore County (UMBC).

Foto:Vecteezy

A antiga corredora afirmou que as descobertas da sua equipa sobre a história genómica são uma ferramenta importante no esforço para manter linhagens antigas, como o husky siberiano, e a sua identidade evolutiva única. “Pensava-se que existia uma única linhagem do Ártico, mas o que identificámos é que existem duas. Uma leva ao nosso husky siberiano moderno — tamanho e estatura mais pequenos — e a outra leva a este tamanho corporal maior e ao que vemos agora como cães de trenó da Gronelândia e, potencialmente, os malamutes do Alasca.”

Compreender a história genómica é essencial para desenvolver políticas eficazes e melhores práticas de gestão da raça.

Quanto maior for a diversidade genética, geralmente melhor será a saúde genética”, afirmou Heather Huson. “Os huskies siberianos de corrida ligeiramente misturados trazem esta diversidade genética à população, mas confundem a linhagem original do Ártico que produziu os primeiros huskies siberianos.

Para a sua investigação, os investigadores recolheram e analisaram amostras de ADN (ou dados genómicos) de 344 cães — na sua maioria huskies siberianos registados, mas também malamutes do Alasca, cães de trenó do Alasca, cães de trenó de Chukotka e um pastor alemão, um golden retriever, um pointer alemão de pelo curto, um samoieda e um saluki.

Os investigadores descobriram que pelo menos duas linhagens distintas de cães do Ártico existiam na antiga Eurásia no final da era do Pleistoceno, que terminou há cerca de 11 700 anos. Esta descoberta faz recuar significativamente a origem dos cães de trenó no nordeste do Ártico siberiano, “sendo provável que os humanos seleccionassem intencionalmente os cães para desempenharem diferentes funções”, escreveram os autores. Isso manteve as populações reprodutoras simultâneas relativamente isoladas do ponto de vista reprodutivo.

Em destaque

  • All Posts
  • Agenda
  • Agricultura
  • Ambiente
  • Análise
  • Biodiversidade
  • Ciência
  • Curiosidades
  • Dinheiro
  • Empresas
  • Entrevista
  • ESG
  • Estudo
  • Finanças
  • Finanças Verdes
  • Inovação
  • Inovação Social
  • Internacional
  • Opinião
  • Pessoas
  • Saúde
  • Sem categoria
  • Social
  • Tendências
Receba as notícias diretamente no seu email. Assine a nossa newsletter mensal.
Receba as notícias diretamente no seu email. Assine a nossa newsletter mensal.