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Moçambique/Eleições: Elétrica estatal queixa-se da deposição de lixo nas suas instalações

A Eletricidade de Moçambique (EDM) queixou-se hoje da deposição de lixo nas suas instalações, protesto associado à contestação pós-eleitoral no país, admitindo que está a perturbar as suas atividades

“A deposição de resíduos sólidos junto às instalações da EDM tem perturbado, significativamente, a rotina normal de trabalho dos técnicos, impossibilitando, inclusive, a circulação de funcionários e viaturas da empresa, visando responder às solicitações para a reparação de avarias reportadas”, lê-se no comunicado da elétrica estatal.

A empresa apela à população para “não depositar lixo nas instalações da EDM”, afirmando que esta ação “limita o acesso e movimentação de funcionários e clientes nas instalações”, tal como a “circulação de viaturas do piquete para o transporte de materiais e equipas técnicas dedicadas à reparação das avarias na rede elétrica”.

Populares têm vindo a depositar grandes quantidades de lixo, que se avoluma em várias zonas, nomeadamente de Maputo, em diferentes instalações da EDM ao longo das últimas semanas, na sequência das manifestações de contestação aos resultados anunciados das eleições gerais de 09 de outubro, contestando a falta de recolha.

“Ademais, importa esclarecer ao público em geral que a EDM apenas presta o serviço de cobrança da taxa de lixo através das faturas de energia, cujos valores são posteriormente canalizados ao Conselho Municipal, que é a entidade responsável pela prestação do serviço de recolha do lixo junto dos munícipes”, refere ainda a empresa.

O Município de Maputo reconheceu na sexta-feira “desafios” para recolher cerca de 1.200 toneladas de lixo diário face à insuficiência de meios que foram vandalizados durante protestos de contestação dos resultados das eleições gerais em Moçambique.

“O desafio em relação à recolha de resíduos sólidos continua, sobretudo porque há que continuar a retirar os resíduos sólidos produzidos diariamente que são na ordem de 1.200 toneladas por dia, mas também temos outros milhões que não foram recolhidos no período das paralisações”, disse o vereador de infraestruturas do Município de Maputo, João Munguambe.

Moradores do bairro Georgi Dimitrov, localmente conhecido por Benfica, arredores do centro da cidade de Maputo, atiraram na sexta-feira lixo na Avenida de Moçambique, uma das principais vias que liga o centro da capital a periferia, para pressionar as autoridades municipais a fazer a recolha de resíduos sólidos.

Outros casos idênticos registaram-se nos dias anteriores, em que moradores do bairro da Maxaquene, na periferia de Maputo, foram depositar lixo nas instalações da EDM, entidade pública pela qual é descontada a taxa de lixo, com o objetivo de pressionar as autoridades da capital a fazer a recolha dos resíduos naquele bairro.

O vereador de infraestruturas do Município de Maputo indicou que a vandalização de 67 contentores e vários veículos de recolha de resíduos durante protestos pós-eleitorais contribuiu para o défice na recolha de resíduos sólidos, indicando que a autarquia está a mobilizar meios para reforçar a sua capacidade, pedindo pelo menos duas semanas para fazer a recolha total dos resíduos na capital.

Em 23 de dezembro, o Conselho Constitucional (CC), última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

A sua eleição é, contudo, contestada nas ruas e o anúncio do CC aumentou o caos que o país vive desde outubro, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane – candidato que segundo o CC obteve apenas 24% dos votos, mas que reclama vitória – em protestos a exigirem a “reposição da verdade eleitoral”, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização, com registo de quase 300 mortos e mais de 500 pessoas baleadas.

Texto escrito por LUSA

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