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O boom internacional da amêndoa portuguesa

As exportações multiplicam-se por seis desde 2018, com uma área de produção apenas 1,8 vezes maior. Este fruto oleaginoso está a conquistar os consumidores lá fora

A amêndoa portuguesa está a consolidar-se como um fenómeno fora das fronteiras do país. As suas exportações multiplicaram-se mais de seis vezes em apenas seis anos, tanto em volume como em valor, passando de 5 168 toneladas e 9,86 milhões de euros em 2018 para 33 130 toneladas e 62,3 milhões de euros em 2023, segundo dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE) compilados pelo Centro Nacional de Competência dos Frutos Secos (CNCFS).

almonds with leaves flowers close up white
Foto:Freepik

No mesmo período, de 2018 a 2023, a produção triplicou, passando de 17 119 toneladas de amêndoa com casca para 51 953 toneladas, com a área de amendoal a crescer apenas 85%, de 38 675 hectares para 71 689 hectares.

O principal sócio comercial de Portugal é Espanha, embora a Alemanha, a França e outros países europeus estão a ter subidas notáveis nas suas importações

O consumo interno também registou um grande crescimento na última década. Em 2012, os portugueses consumiram cerca de 2 910 toneladas de amêndoa, o que corresponde a 276 gramas por habitante. Até 2023, este valor aumentou quase 60%, para 4 371 toneladas, ou 414 gramas por habitante, segundo dados do INE.

Este autêntico “boom” reforça a campanha de promoção europeia, cofinanciada pela UE, que está a ser feita desde o ano passado pela associação espanhola Spanish Almond Board-Almendrave e pela associação portuguesa CNCFS (Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos). Sob o nome de “Sustainable EU Almond”, reivindica a origem ibérica da amêndoa, a sua qualidade e sustentabilidade. A presença maioritária de amendoeiras em regime de sequeiro na Península e as variedades próprias como a guara, a belona ou o avijor-lauranne são alguns dos seus traços identificadores, com os quais se apresenta tanto ao público nacional como de países terceiros europeus, como a França e a Alemanha.

Juntos, os dois países ibéricos, que têm a campanha “Sustainable EU Almond”, seriam o segundo maior produtor e exportador do mundo

Potência em exportação

A Península Ibérica é o segundo maior exportador de amêndoas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, representando mais de 10% do total mundial. Os seus mercados mais importantes são os europeus, com a Alemanha e a França à frente. Aliás, são também alvo da campanha “Sustainable EU Almond” e este ano a amêndoa ibérica teve um stand próprio na feira SIAL Paris (19-23 de outubro), o maior evento do setor alimentar europeu.

Em 2022, a França importou 32,5 milhões de quilos de amêndoa ibérica, com destaque especial para a farinha de amêndoa: até 6,9 milhões de quilos. A Alemanha também figura entre os principais mercados, com 29,4 milhões de quilos no total.

No caso de Portugal, cuja área de amendoal se situa quase exclusivamente nas regiões de Trás-os-Montes e Alentejo, o maior sócio comercial é a própria Espanha, que representou 97% das exportações em 2022. Mas outros países estão a crescer significativamente. Num só ano, a Alemanha duplicou as suas importações de amêndoa sem casca portuguesa, passando de 149 toneladas em 2021 para 298 toneladas em 2022. E a França já importava 138 toneladas nesse ano, posicionando-se também como um dos mercados com maior potencial para o setor português.

Todos estes dados colocam a Península Ibérica, e Portugal em particular, no epicentro de uma das grandes tendências alimentares do momento. E não podia ser de outra forma, pois a amêndoa europeia tem todas as caraterísticas exigidas pelos consumidores atuais. É um produto nutritivo e saudável, rico em gorduras saudáveis para o coração e proteínas vegetais, entre outros benefícios. É também um alimento sustentável, com mais de 80% dos seus hectares em regime de sequeiro, que segue o exigente modelo de produção europeu e que fornece recursos às zonas despovoadas do território. E, acima de tudo, um fruto seco delicioso por si só e extremamente versátil na cozinha.

Para mais informação, visite a página sustainablealmond.eu.

Sobre a Spanish Almond Board-Almendrave e CNCFS

Frasco com amendoas

Spanish Almond Board-Almendrave é a Associação Espanhola de Exportadores de Amêndoas e Avelãs. Desde 1947, representa, coordena, defende e promove os interesses comuns dos seus associados, tanto a nível nacional como internacional; em 1987, tornou-se Entidad Colaboradora de la Administración Española. Atualmente, representa 62% da atividade exportadora nacional de amêndoas e avelãs. A sua missão é ajudar os seus associados a gerar valor nos seus produtos, obtidos através de práticas sustentáveis e nas melhores condições de qualidade e rastreabilidade.O CNCFS (Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos) é uma associação portuguesa sem fins lucrativos que visa promover o desenvolvimento do setor em Portugal. Agrupa mais de 50 entidades dedicadas à castanha, à amêndoa, à noz, à avelã, à alfarroba e ao pistácio, com o objetivo de reforçar a investigação e promover a inovação e a difusão dos conhecimentos

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