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O impacto do prato europeu no planeta: Portugal não ficou bem na ementa!

Investigação liderada por Mohammad Fazle Rabbi mostra como a União Europeia pode transformar o sistema alimentar rumo à sustentabilidade.

O que comemos tem um peso significativo no futuro do planeta. Uma investigação recente, conduzida pelo Dr. Mohammad Fazle Rabbi, do Centro de Coordenação e Investigação em Ciências Sociais da Universidade de Debrecen (Hungria), analisa de forma inédita como os países da União Europeia podem reduzir a pegada de carbono associada ao sistema alimentar e alinhar-se com as metas da sustentabilidade global.

Publicado a 16 de julho de 2025, na revista Sustainability Insights, o estudo acompanha oito países da UE ao longo de 12 anos (2010-2022), revelando onde estão os maiores entraves e quais as soluções mais eficazes para um futuro alimentar mais verde.

Onde estão os “culpados” da emissão de carbono?

Nem todas as etapas da cadeia alimentar têm o mesmo impacto ambiental. O estudo mostra que:

  • Processamento alimentar é o maior responsável, com 30,5% das emissões totais, chegando a 52% em França e 47,8% em Itália.
  • Consumo doméstico também pesa: os hábitos à mesa representam 32,2% das emissões na Alemanha, 28,1% na Chéquia e 26,7% em Portugal.
  • Energia nas explorações agrícolas surge como fator decisivo, sobretudo na Hungria (25,2%) e em Portugal (19,5%).

Desperdício e ineficiências do sistema

O estudo identifica fortes correlações entre o consumo de matérias-primas, embalagens e resíduos alimentares — uma combinação que evidencia falhas estruturais no sistema e a necessidade urgente de reduzir desperdícios.

Diferenças regionais na sustentabilidade

A análise comparativa revela disparidades entre países:

  • A Alemanha apresenta melhor desempenho, com valores de Índice de Sustentabilidade entre 0,8 e 1,2.
  • Hungria e Portugal surgem no extremo oposto, com valores negativos entre -0,4 e -0,8.

O que está a mudar?

A investigação mostra que mudanças estruturais na economia e novas práticas de sustentabilidade têm sido determinantes, sobretudo em Itália, Portugal e Espanha. Além disso, as taxas de uso circular de materiais melhoraram visivelmente em França (após 2013) e em Espanha (após 2016), sinal de que a economia circular pode ser parte da solução.

O caminho a seguir: recomendações políticas

Entre as medidas propostas, destacam-se:

  • Reduzir emissões agrícolas, apostando em energias renováveis e tecnologias mais eficientes.
  • Promover fontes de energia limpa no processamento alimentar, capazes de cortar mais de 20% das emissões.
  • Incentivar tecnologias eficientes, de modo a reduzir desperdício e aumentar a competitividade sustentável.

Cada refeição conta

Este estudo não é apenas académico: é um verdadeiro roteiro para o futuro alimentar da Europa. “Transformar os hábitos de produção e consumo é essencial para atingir as metas do Pacto Ecológico Europeu”, sublinha Dr. Rabbi.

Com informação clara sobre onde estão as maiores fontes de emissões e como as podemos reduzir, cada refeição pode ser encarada como um contributo para um planeta mais saudável.

Estudo aqui

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