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O Rio Chicago já foi o esgoto da cidade. Agora mostra recuperação com reprodução de 24 espécies de peixes

Um novo estudo científico revela que pelo menos 24 espécies de peixes estão atualmente a reproduzir-se no rio Chicago, marcando uma recuperação impressionante de um curso de água outrora considerado gravemente poluído.

A investigação, conduzida pelo Aquário Shedd e publicada na Journal of Great Lakes Research, utilizou armadilhas luminosas em dez locais distintos do rio entre 2020 e 2022. Ao longo do estudo foram recolhidos mais de 2.000 peixes larvais, cuja análise genética confirmou a presença de duas dezenas de espécies.

“Esta investigação representa a primeira documentação de larvas de várias espécies no rio Chicago, demonstrando que os esforços de recuperação permitem agora que pelo menos 24 espécies consigam reproduzir-se e atingir a fase larval”, afirmou o biólogo Austin Happel, autor principal do estudo.

Entre as espécies identificadas estão populares peixes desportivos, como o achigã (largemouth bass), o bluegill e o crappie-preto, além de espécies de pequeno porte que servem de alimento a outras, como a sardinha-gizzard (gizzard shad) e o golden shiner. O estudo registou ainda larvas de espécies sensíveis à poluição, como o brook silverside e o mimic shiner, sinal de que a qualidade da água melhorou consideravelmente. O pico de abundância de larvas ocorreu em julho, quando a água atingiu temperaturas nos 21–22 °C.

Diferenças entre ramos do rio

A análise revelou também contrastes entre diferentes áreas do rio: espécies menos tolerantes à poluição foram mais comuns no South Branch, enquanto as mais resistentes surgiram com maior frequência no North Branch. Os investigadores acreditam que fatores como vegetação submersa, qualidade da água e zonas de águas mais calmas — nomeadamente antigos ancoradouros em Bubbly Creek — funcionam como viveiros naturais.

Nos últimos anos, projetos de reabilitação têm incluído a instalação de jardins flutuantes no rio, desenvolvidos pelo Aquário Shedd em parceria com a organização sem fins lucrativos Urban Rivers, para apoiar a reprodução dos peixes e aumentar a biodiversidade.

Esperança para outros rios urbanos

Os autores do estudo sublinham que os resultados trazem esperança para outros cursos de água urbanos fortemente alterados pela ação humana, demonstrando que a restauração ecológica pode ser eficaz.

“À medida que mais pessoas se envolvem na conservação deste ecossistema de água doce, esperamos ver um aumento contínuo no número de espécies a reproduzir-se no rio”, destacou Happel.

A recuperação do rio Chicago mostra como populações saudáveis de peixes contribuem para ecossistemas aquáticos mais equilibrados, trazendo benefícios também para as comunidades humanas que vivem e trabalham junto ao rio.

O Aquário Shedd continua a trabalhar com parceiros e voluntários locais para “reimaginar, investigar e devolver vida ao rio”, através de ações de restauro de habitats, monitorização da fauna aquática e promoção de atividades de lazer ligadas à água.

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