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Oceano e atmosfera contribuem para “mancha fria” do Atlântico norte

O enfraquecimento da corrente que aquece a Europa afeta não só o oceano, mas também a atmosfera, e ambos os fatores podem contribuir para a “mancha fria” marinha a sul da Gronelândia.

Esta é a conclusão de uma nova investigação publicada na Science Advances, noticiou na terça-feira a agência Europa Press.

Uma área do Oceano Atlântico, mesmo a sul da Gronelândia, está a arrefecer enquanto grande parte do mundo está a aquecer.

A origem desta “mancha fria” tem sido associada ao enfraquecimento das correntes oceânicas que ajudam a regular o clima global, denominada Circulação Meridional do Atlântico (AMOC, na sigla em inglês).

“Ao longo do último século, a maior parte do planeta aqueceu, enquanto o Atlântico norte subpolar arrefeceu persistentemente”, explicou Pengfei Zhang, professor assistente de investigação no Departamento de Meteorologia e Ciências Atmosféricas da Universidade Estadual da Pensilvânia e coautor do estudo, em comunicado.

“As nossas descobertas ajudam a explicar a existência desta chamada ‘mancha fria’ e lançam luz sobre como as futuras alterações nas correntes oceânicas podem ter impacto no sistema climático”, acrescentou.

Estudos anteriores sobre a “mancha fria” concentraram-se nas correntes oceânicas que transportam água quente para o Atlântico Norte.

No entanto, um oceano em arrefecimento também resultará numa atmosfera mais fria e seca, o que poderá amplificar ainda mais a anomalia de frio, de acordo com os cientistas.

“Analisámos modelos climáticos de última geração para quantificar duas vias de como a AMOC contribui para a mancha fria”, realçou Yifei Fan, estudante de pós-graduação da Penn State e principal autor do estudo.

“E descobrimos que a contribuição da atmosfera é comparável à do próprio transporte oceânico, algo nunca antes observado”, vincou.

A AMOC transporta água quente e salgada dos trópicos para o Atlântico Norte, onde a água arrefece e, por conseguinte, se torna mais densa e se afunda.

Num movimento semelhante ao de uma correia transportadora oceânica, as águas profundas mais frias movem-se para sul e as águas superficiais tropicais quentes movem-se para norte, explicaram os cientistas.

Mas o excesso de água doce proveniente do degelo da camada de gelo da Gronelândia que entra no oceano dilui a água salgada, tornando-a menos densa e menos capaz de se afundar, o que ameaça enfraquecer a correia transportadora.

“Há uma visão tradicional de que, à medida que esta circulação em grande escala enfraquece, o transporte de calor oceânico será reduzido e as latitudes mais elevadas do norte do Ártico arrefecerão”, apontou Fan.

“Mas descobrimos que esta não é a única forma de a AMOC a poder influenciar. Outra possível contribuição é a forma como a bolha fria influencia a atmosfera, especificamente o acoplamento entre a atmosfera e o oceano”, acrescentou.

Temperaturas mais frias da superfície do oceano podem reduzir a evaporação e a humidade na atmosfera.

Isto significa, por exemplo, que haverá menos vapor de água, um gás com efeito de estufa que retém o calor irradiado pela superfície da Terra.

Estudo aqui

LUSA

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