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Oceanos aqueceram 1.ºC e o nível do mar aumentou 7,6 mm em 2023

Neste momento, o oceano é o refúgio do aquecimento climático, mas até quando é que aguentará esta pressão?

“O calor armazenado nos oceanos (Ocean Heat Content, OHC) atingiu o seu nível mais elevado em 65 anos. (…) Os 2.000 metros superiores do oceano continuaram a aquecer em 2023. Esse aquecimento é irreversível nos próximos séculos e milénios” (OMM 2023), explica o relatório da The State of the Global Climate 2023 publicado pela OOM. “Falando em graus Celsius, em 2023 e mais ainda nos três primeiros meses de 2024, a temperatura média da superfície do mar (entre 60°S e 60°N) atingiu e superou pela primeira vez nos registros históricos 21oC. Em 2024, esse limite foi superado desde meados de janeiro e tem se mantido acima desse patamar até 21 de março de 2024”, explica Luís Marques, Professor reformado e colaborador do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, num artigo publicado do site Ecodebate.

As temperaturas médias do período 1982-2011 atingiram no máximo 20,3 oC. Essas mesmas temperaturas em 2023 e 2024 atingem um pico de 21,2 oC, um aumento de quase 1.oC num intervalo de tempo absolutamente irrisório. Estamos numa aceleração desenfreada do aquecimento. “Confirma-o, mais uma vez, um trabalho publicado em 2023, mostrando que “a absorção de calor pelos oceanos acelerou dramaticamente desde a década de 1990, quase duplicando durante 2010-2020 em relação a 1990-2000”, refere Luís Marques.

Elevação do nível do mar

No relatório da OMM vem também a questão da elevação do nível do mar: “Em 2023, o nível médio global do mar atingiu um nível recorde nos registros dos satélites (de 1993 até o presente), refletindo o aquecimento contínuo dos oceanos, bem como o derretimento de geleiras e mantos de gelo. A taxa de elevação média global do nível do mar nos últimos dez anos (2014–2023) mais do que duplicou em relação à primeira década de registros por satélites (1993–2002)” (OMM 2023)”, explica o investigador.

Iceberg na Antartica
Foto:Freepik

A aceleração da elevação do nível do mar é um dos aspetos mais inequívocos e também uma das consequências mais dramáticas da aceleração do aquecimento. Segundo o Copernicus, “a taxa combinada de perda de gelo [da Gronelândia e da Antártida] mais do que triplicou desde a década de 1980, passando de uma perda de 120 km3 por ano na década de 1980, para uma perda de cerca de 460 km3 por ano na década de 2010. A perda dos mantos de gelo da Gronelândia e da Antártida foi de 11.mil km3 desde os anos 1970”. A Figura abaixo mostra a aceleração das taxas decenais de elevação do nível do mar entre janeiro de 1993 e dezembro de 2023.

“Mas é importante ter em conta que a elevação média anual de 4,77 mm / ano no decênio 2014-2023, obviamente já espetacular, não leva em conta a cauda final dessa curva decenal, já que se registra uma elevação de 7,6 mm em 2023, em relação a 2022”, conclui.

Pode ler o artigo original aqui

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