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Papagaios-do-mar: passaram de 80 casais para três, na costa de Dorset, sul de inglaterra

O que tem levado os casais a não conseguir gerar crias é um mistério que intriga os investigadores. Serão as alterações climáticas, ou predadores como ratazanas, corvos, ratos ou gralhas…

Chegou a primavera e com ela chegam a terra os papagaios-do-mar (Fratercula arctica) batendo desenfreadamente as suas asas. Parecem pinguins voadores, mas o seu bico laranja lembra a de um papagaio. Daí o seu nome. De onde vêm ainda é um mistério, mas regressam sempre ao mesmo local para nidificar, aliás a única altura em que estão em terra. O papagaio-do-mar é uma das aves marinhas mais icónicas do Atlântico Norte. As maiores colónias estão na Islândia, Escócia, Irlanda e Noruega. Em Inglaterra, estão sobretudo em locais como as Ilhas Farne, Skomer e, historicamente, na costa de Purbeck.

@Freepik

Normalmente escavam tocas em solos com relva de ilhas e falésias costeiras, ou aproveitam fendas naturais na rocha. É uma espécie monogâmica e quando cortejam, esfregam e batem os bicos. Cada casal põe apenas um ovo por temporada, tornando cada cria crucial para a sobrevivência da espécie. Os ovos são incubados por turnos, entre ele e ela, assim como partilham os deveres de alimentação, sendo que a fêmea é a que mais vezes vai `pesca trazendo o bico cheio de peixes determinada a evitar os piratas do ar como gaivotas, por exemplo. Vivem bastantes anos. Podem chegar aos 30 anos.

De pequeno porte, mede cerca de 25 centímetros, pesa entre 300 e 500 gramas e é facilmente reconhecido pelo seu bico grande e colorido — em tons de laranja, amarelo e azul — que se destaca especialmente durante a época de reprodução. Fora dela o bico fica mais cinzento.

@Freepik

A sua plumagem é preta nas costas e branca no peito. Na cabeça tem uma máscara branca que lhe confere uma expressão curiosa e simpática. As patas são de cor laranja vivo.

Apesar da aparência desajeitada em terra, o papagaio-do-mar é um nadador exímio. Debaixo de água, utiliza as asas como barbatanas para mergulhar à procura de peixe, a sua principal fonte de alimento. Em voo, é rápido, mas precisa bater as asas incessantemente para se manter no ar.

Mas em Purbeck corre risco de extinção

Um artigo do jornal The Guardian revela que nos anos de 1950, havia cerca de 80 papagaios-do mar a nidificar em Purbeck, na costa de Dorset (sul da Inglaterra) e que atualmente restam apenas três casais. Porém, a grande má notícia é que há anos que não avistam criar. “Se a situação não melhorar a colónia pode desaparecer em 15 anos”.

Ao The Guardian, o ornitólogo Richard Caldow – que monitoriza estas aves desde 2023, diz que o principal mistério é entender o que está a acontecer. Isto porque devido ao difícil acesso, a única forma que têm de ver se há crias é observando os progenitores com peixes no bico para as alimentar. “Em 2023 houve transporte de peixe, mas que parou abruptamente o que pode ser um indicador de que as crias não sobreviveram e em 2024 apesar de serem construídos ninhos não houve sinais de crias”. Há uma suspeita de que possam haver predadores como corvos, gralhas, ratazanas ou ratos, mas é apenas uma hipótese sem provas. Até lá foram instaladas câmaras e todos tentam ajudar para salvar a espécie.

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No entanto, um artigo da National Geographic menciona que a população também tem vindo a diminuir nos outros locais. “Em alguns anos, certas colónias da Islândia e da Noruega quase não geraram juvenis. Os pequenos peixes preferidos pelos papagaio-do-mar, como galeotas, espadilhas e arenques estão a escassear e o tamanho das capturas tem vindo a diminuir. O aquecimento da água também parece afetar a cadeia alimentar”.

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