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Porque são os flamingos cor de rosa?

Já alguma vez se questionou sobre a sua plumagem? Pois saiba que o segredo está na sua alimentação

Quem não ama ver o céu pintado de rosa quando estas magníficas aves levantam voo? Os fotógrafos da natureza chegam a esperar horas para captar esse momento mágico. Mas, afinal, porque são cor de rosa os flamingos? Este tipo de ave consome pequenos organismos aquáticos como insetos, crustáceos (caranguejos e camarões), moluscos, vermes, algas e protozoários, sendo que alguns itens do seu cardápio são ricos em carotenos, ou seja, pigmentos orgânicos que, devido ao efeito químico dentro dos seus corpos, ajudam a gerar a cor que avistamos de longe. A mágica acontece no seu fígado. O caroteno sofre alteração por meio de enzimas transformando-se em cantaxantina, uma substância responsável pela pigmentação rosada que tinge as suas penas de dentro para fora. 

Os flamingos nascem com uma cor branca e quando jovens têm uma cor cinzenta acastanhada, atingindo a maturidade da plumagem e o tom rosado, por volta dos três anos. No jardim zoológico, se não tiverem a nutrição adequada a cor fica mais esbranquiçada. São animais grandes. Podem medir entre 120 cm e 145 cm da ponta do bico à ponta da cauda, mas durante o voo — sempre esticados e elegantes a cruzar os céus, podem chegar aos 170 cm. Já a sua velocidade no ar pode atingir os 69 quilómetros por hora. Voam quase sempre em V. Têm uma vida longa e em cativeiro, chegam a festejar 40 anos. Quanto à gestão dura entre 27 e 31 dias, tempo suficiente para a incubação do ovo. 

Estas aves selvagens visitam Portugal todos os anos.  Antes de 1980 era raro avistá-los, mas atualmente são presença assídua. Hélder Cardoso, naturalista, diz que Portugal oferece condições ideais para esta espécie principalmente devido à abundância de zonas húmidas ricas em alimentos, como pequenos invertebrados e algas que compõem a sua dieta. Após a reprodução nas colónias localizadas na bacia do mediterrâneo, muitas aves dispersam pelas zonas húmidas adjacentes, caso das localizadas na costa portuguesa, onde vão procurar alimento e locais de repouso.

A espécie de flamingo mais comum observada em Portugal é o Flamingo-rosado (Phoenicopterus roseus). Existem também registos de Flamingo-pequeno (Phoeniconaias minor ), contudo não se sabe exatamente a origem destas aves, podendo haver a hipótese de serem aves fugidas de cativeiro, ao invés de serem originárias das populações selvagens, que se distribuem naturalmente em África a sul do deserto do Sara e na India.

O naturalista revela que podem ser avistados flamingos em várias zonas húmidas de Portugal, com destaque para o Estuário do Tejo, a Ria de Aveiro, a Ria Formosa, o Estuário do Sado, Castro Marim e a Lagoa de Óbidos. Estas áreas oferecem as condições ideais para alimentação e descanso destas aves.

Fotos: Pixabay

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