No dia Mundial da Monitorização da água, que se celebra a 18 de setembro a ERA Group aconselha a monitorizar e auditar consumos em tempo real e investir na eficiência para uma melhor gestão hídrica nas empresas
A escassez hídrica é um dos maiores desafios para a economia europeia e, em particular, para a de Portugal. De acordo com o Relatório do Estado da Água na Europa 2024, cerca de 31% do território da União Europeia e 40% da população enfrentam uma pressão significativa sobre os recursos hídricos. No sul do continente, até 70% da população sofre de escassez de água durante os meses de verão, refletindo o peso das alterações climáticas, da maior procura e da volatilidade deste recurso. Para além do impacto ambiental e social, esta realidade tem consequências diretas para a atividade empresarial, aumentando os riscos operacionais e custos com a gestão.
“A água é um recurso vital e a sua gestão apresenta oportunidades de otimização concretas e relevantes em inúmeros setores, nomeadamente nas atividades agrícola e industrial. Estas oportunidades vão para além das de redução de perdas nas infraestruturas de distribuição, das legislativas e de outras de impacto macro nos ecossistemas, na saúde pública, na sociedade e na economia. A gestão deste recurso nas organizações deve constituir uma prioridade estratégica, tanto pelo seu impacto ambiental e necessidade de alinhamento com as exigências de sustentabilidade atuais e futuras, como pela sua influência direta nos custos operacionais e na resiliência.”, afirma Gonçalo Boléo Tomé, partner da ERA Group.
Neste contexto, a consultora especializada na otimização de processos e custos, identifica quatro estratégias para as empresas que pretendem reforçar a sua resiliência, reduzir custos hídricos e mitigar impactos ambientais:
- Monitorizar e auditar consumos em tempo real
Investir em sistemas de monitorização inteligente permite às empresas detetar fugas, desperdícios e padrões de consumo ineficientes. O relatório mais recente da Agência Europeia do Ambiente, Water Savings for a Water-Resilient Europe, reforça este potencial, ao estimar que intervenções técnicas e operacionais, como uma monitorização constante e a reutilização de recursos, podem gerar poupanças entre 10% e 40% do total de água consumida nos principais setores económicos. Este acompanhamento sistemático evita perdas financeiras e ambientais e aumenta a resiliência das empresas face a maiores períodos de escassez hídrica.
- Investir em tecnologia na reutilização e gestão hídrica
A adoção de tecnologia na reutilização e reciclagem de água, desde o armazenamento até ao tratamento e reaproveitamento das águas residuais e pluviais, é um pilar fundamental para assegurar uma resposta mais robusta durante períodos de menor disponibilidade hídrica. De acordo com o mais recente relatório Ascendant da Minsait, 67% das empresas do setor já utilizam IA para reduzir perdas de água e otimizar a gestão das infraestruturas de distribuição e consideram que esta é uma ferramenta indispensável para melhorar a eficiência operacional. Também para a agricultura e para o tecido empresarial existem soluções que melhoram a utilização da água e reforçam a competitividade das empresas e diminuem a dependência de fontes externas.
- Otimizar contratos e fornecedores com foco sustentável
Tal como noutras áreas de despesa operacional, a gestão hídrica beneficia de negociações estratégicas com fornecedores especializados. Consolidar contratos e selecionar parceiros que ofereçam soluções de eficiência hídrica permite poupanças diretas de duplo dígito, garantindo ao mesmo tempo conformidade com regulamentos ambientais e maior transparência ao longo da cadeia de valor.
- Rever e melhorar a eficiência dos equipamentos disponíveis
A eficiência hídrica depende também do estado e da performance dos equipamentos utilizados nos processos industriais e operacionais. Atualizar, ajustar ou substituir equipamentos obsoletos, implementar uma manutenção preventiva e adotar boas práticas operacionais permite reduzir perdas de água, otimizar consumo e aumentar a produtividade. Estas medidas complementam as soluções digitais e de monitorização, garantindo que os recursos hídricos são utilizados de forma mais eficiente e sustentável e reforçando a resiliência e a competitividade das empresas.