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Restos de guerras mundiais no fundo do mar tornam-se refúgio para a vida selvagem

Dois novos estudos internacionais revelam que munições e embarcações descartadas no mar durante as guerras mundiais estão hoje a servir de habitat para diversas formas de vida marinha.

Num dos trabalhos, publicado na revista Communications Earth & Environment, investigadores exploraram um depósito de munições da Segunda Guerra Mundial no Mar Báltico e concluíram que há mais organismos a viver nas superfícies metálicas dos engenhos do que nos sedimentos circundantes — apesar da presença de químicos explosivos tóxicos na água.

A equipa, liderada por Andrey Vedenin, utilizou um submersível remoto para filmar e recolher amostras em Lübeck Bay, em outubro de 2024. Foram identificadas ogivas de bombas voadoras V-1, um tipo de míssil de cruzeiro usado pela Alemanha nazi. Os investigadores contabilizaram em média cerca de 43 mil organismos por metro quadrado nos engenhos, contra cerca de 8,2 mil nos sedimentos. Foram ainda detetadas concentrações de TNT e RDX que, em alguns casos, atingiam níveis potencialmente letais para a vida marinha.

Os autores sugerem que, para muitos organismos, as vantagens de habitar superfícies duras superam os riscos da exposição química. Ainda assim, defendem que a substituição das munições por estruturas artificiais seguras poderia trazer maiores benefícios ao ecossistema local.

Num segundo estudo, publicado em Scientific Data, investigadores liderados por David Johnston documentaram a chamada “Frota Fantasma” de Mallows Bay, no rio Potomac, nos Estados Unidos. Trata-se de 147 navios construídos durante a Primeira Guerra Mundial e deliberadamente afundados nos anos 1920.

Utilizando drones, a equipa produziu em 2016 um mapa fotográfico de alta resolução (3,5 cm por pixel, em média) de toda a frota. Os destroços, hoje cobertos de vegetação e habitados por espécies como o peixe-espátula do Atlântico (Acipenser oxyrinchus) e águias-pesqueiras (Pandion haliaetus), constituem não só um refúgio ecológico, mas também um recurso de interesse cultural e arqueológico.

Estes dois estudos mostram como os vestígios de conflitos humanos no oceano se transformaram, com o tempo, em inesperados refúgios para a biodiversidade.

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