Sabia que o tamanho dos seus dedos pode dizer muito sobre si? Não, não é apenas para escolher luvas perfeitas — investigadores japoneses descobriram que a relação entre o segundo e o quarto dedo ( o indicador e o anelar!) pode prever a atividade sexual e até a preferência amorosa dos ratinhos. E, quem diria, isto pode ter implicações até para nós, humanos!
Um grupo de cientistas da Universidade de Okayama, liderado pelo Professor Hirotaka Sakamoto e pela Doutora Himeka Hayashi, publicou no dia 14 de maio de 2025 um estudo que fez os ratinhos “revelarem” os seus segredos mais íntimos… só olhando para as suas patinhas!
O que é esta Relação 2D:4D?
Ilustração de Himeka Hayashi sob a supervisão do Professor Hirotaka Sakamoto da Universidade de Okayama, Japão
A tal relação 2D:4D refere-se ao comprimento do segundo dedo (o indicador) comparado ao do quarto dedo (o anelar). Nos humanos, é sabido que os homens tendem a ter esta relação mais baixa (isto é, o indicador é mais curto em relação ao anelar), um resultado da exposição a hormonas masculinas durante o desenvolvimento no útero. Esta medida já está associada a traços como personalidade, capacidades cognitivas e até orientação sexual.
Mas será que isto se aplica a outras espécies? Até agora, havia poucas provas em animais — e é aí que os ratinhos entram em cena.
Dedos curtos, vida sexual intensa, nos ratinhos…
O estudo começou por confirmar o esperado: os ratinhos machos têm o segundo dedo mais curto do que as fêmeas, replicando o padrão humano. Depois, testaram a vida amorosa destes pequenos roedores. Os resultados foram surpreendentes: ratinhos com o segundo dedo mais curto foram muito mais ativos sexualmente, com mais ejaculações, maior rapidez e melhor desempenho eréctil.
E há mais — quando lhes deram a escolha entre a cama (literalmente!) com cheiro de fêmea ou de macho, os ratinhos com os dedos mais curtos mostraram uma preferência clara pelo cheiro feminino, demonstrando que esta medida também pode indicar orientação sexual.
Dedos que contam histórias
“O que é fascinante é que um traço tão simples, como o comprimento dos dedos, pode refletir processos complexos de desenvolvimento cerebral e até influenciar comportamentos tão complicados como a sexualidade,” diz Hayashi. A equipa acredita que este marcador anatómico pode ajudar a entender não só as diferenças sexuais em animais, mas também em humanos.
Mas não fica só por aqui — estes resultados podem ter impactos na forma como olhamos para condições como o autismo, depressão e outros transtornos psiquiátricos, que também têm variações entre homens e mulheres.
E agora? Olhe para as suas Mãos!
O Professor Sakamoto conclui com uma ideia divertida e intrigante: “Num futuro próximo, talvez possamos olhar para os nossos dedos para perceber algo sobre a nossa própria personalidade, tendências sexuais e até riscos de certas doenças.”
Ou seja, da próxima vez que alguém lhe pedir para mostrar as mãos, já sabe: pode não ser só por curiosidade, pode ser para desvendar os mistérios da sua vida… amorosa e cerebral!
