A Terras de Sicó, criada em 1995, engloba os municípios de Alvaiázere, Ansião, Condeixa-a-Nova, Penela, Pombal e Soure, nos distritos de Leiria e Coimbra, em torno do maciço da serra de Sicó, com uma área aproximada de 1.500 quilómetros quadrados. Oferecem património cultural que merece destaque
“As prioridades para 2025 são, dentro daquilo que é a atividade normal das Terras de Sicó, concluir a gestão do DLBC [Desenvolvimento Local de Base Comunitária]/Abordagem Leader, que foi prorrogada até junho de 2025, no Quadro 2020”, afirmou hoje à agência Lusa João Paulo Guerreiro, também presidente da Câmara de Alvaiázere (Leiria).
Segundo o autarca, trata-se de um valor “cerca de 2,5 ME de investimento público no território, que se traduziram num investimento total de quase oito milhões de euros”.
“Estamos focados em terminar essa tarefa e, ao mesmo tempo, iniciar o compromisso que já temos do DLBC para o 2030”, agora com um montante na ordem dos 3 ME e com a expetativa de conseguir “alavancá-lo para a escala dos nove, dez milhões de euros de investimento no território”, disse João Paulo Guerreiro.
Garantindo haver muita motivação para a concretização desta meta, o presidente das Terras de Sicó lembrou que esta é a génese da associação, o “apoio aos pequenos investidores, às parcerias e às fileiras” dos produtos que caracterizam este território.
A consolidação da implementação da linha de ação “LaB. SICÓ – Laboratório Regional do Maciço de Sicó” está igualmente entre os objetivos para 2025.
“É um conjunto de atividades mais diferenciadoras”, declarou João Paulo Guerreiro, exemplificando com a Rede de Aldeias de Calcário, cuja materialização “é, sem dúvida, um dos principais vetores” da atividade da Terras de Sicó.
A candidatura para a classificação da arte dos muros de pedra seca como Património Cultural Imaterial da Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura é outro aspeto destacado pelo autarca, notando que esta é uma “característica intrínseca” no território.
“Gostávamos muito que a arte de [os] construir fosse considerada Património Imaterial da Unesco, por forma a que não se perca”, salientou
Por outro lado, assinalou a classificação como paisagem protegida.
“Vamos tentar avançar com cautela, com atenção a todas as implicações que tem de dar um passo desta dimensão”, assegurou, assumindo que esta classificação “tem muitas vantagens, tem alguns constrangimentos”, pelo que é necessário encontrar equilíbrio.
O presidente da Terras de Sicó referiu ainda os projetos de cooperação com a lusofonia, havendo uma “interação muito forte” principalmente com Cabo Verde, que a associação vai tentar manter e até reforçar.
Numa nota de imprensa, a associação adiantou, entre outros aspetos, que, relativamente à animação territorial, deve ser mantida “a ligação direta com iniciativas dos municípios associados, gerir dinamicamente a ‘Grande Rota GR 26’ e colocar o ‘kit’ de apoio a atividades de natureza disponível para parceiros de animação do território”.
Trata-se de “ações decisivas para reforço da identidade institucional e assunção política do território de intervenção”, frisou.
A realização das segundas jornadas internas, de um novo encontro de freguesias da Terras de Sicó, a Expo Sicó | Feira do Queijo Rabaçal, os projetos no âmbito Plano Nacional Alimentação Equilibrada e Sustentável ou o apoio ao associativismo da fileira agro estão também entre as atividades para 2025.
Neste último caso, vão ser propostos protocolos de apoio técnico com as confrarias do Queijo Rabaçal, dos Vinhos Terras de Sicó, do Chícharo e do Bodo, além da promoção do I Encontro de Confrarias da Terras de Sicó, “para valorização e promoção da fileira agro”.
Este artigo foi escrito por LUSA