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A lacuna entre a oferta e a procura de água aumentará à medida que o clima muda

Serão necessárias estratégias robustas de gestão da água para ultrapassar as discrepâncias entre a oferta e a procura de água num mundo em aquecimento, de acordo com uma nova análise efetuada por Lorenzo Rosa, da Carnegie Science, e Matteo Sangiorgio, da Universidade Politécnica de Milão.

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Freepik

O seu trabalho, recentemente publicado na revista Nature Communications, quantifica os problemas de escassez de água em ambos os cenários de aquecimento de 1,5°C e 3°C.

A água é a substância mais vital do nosso planeta. A vida não pode existir sem ela e é também fundamental para uma série de atividades humanas. A disponibilidade de água é fundamental para a saúde humana, a resiliência ambiental, o desenvolvimento económico e a segurança alimentar e energética. Apesar disso, em muitas partes do mundo, a procura de água é superior à oferta disponível.

“A escassez de água é um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta neste século”, afirmou Rosa. “Cerca de 4 mil milhões de pessoas residem e cerca de metade da agricultura de regadio do mundo encontra-se em regiões que sofrem de escassez de água durante pelo menos um mês por ano.”

O termo “défice hídrico” é utilizado para descrever um cenário em que o consumo de água ultrapassa o abastecimento de água naturalmente disponível num determinado ponto do mês. Com o tempo, este tipo de utilização insustentável da água leva ao esgotamento das águas subterrâneas, rios, lagos, aquíferos e outras reservas naturais de água.

“Os défices de água já são um problema para as comunidades de todo o mundo, resultando em fornecimentos inadequados de água ou na degradação ambiental”, explicou Rosa. “E, à medida que as alterações climáticas perturbam ainda mais os padrões de precipitação e alteram o ciclo da água, o stress será ainda maior.”

Os esforços de investigação anteriores abordaram este desafio crescente de duas perspetivas. Alguns investigadores quantificaram o esgotamento das águas subterrâneas ou outras reduções na disponibilidade de água no ambiente a uma escala global. E outros estudos exploraram a utilização insustentável da água a nível regional.

A combinação destas duas vertentes da investigação sobre o défice hídrico era necessária para compreender de forma abrangente o âmbito da questão e elaborar planos e políticas de gestão da água informados para o futuro.

“Temos de ser capazes de equilibrar a resiliência ambiental e a necessidade crescente de água num mundo em aquecimento e com uma população em expansão”, acrescentou Rosa. “À medida que as cidades crescem, aumenta a poluição, a utilização industrial da água e a irrigação, o que, por sua vez, agrava o défice de água.”

A fim de avaliar plenamente o futuro da escassez de água e informar os decisores políticos, Rosa e Sangiorgio quantificaram as lacunas de água nos cenários de referência, 1,5°C e 3°C, tendo em conta uma variedade de fatores, incluindo: esgotamento das águas subterrâneas, esgotamento das águas superficiais e necessidades de água para os ecossistemas aquáticos.

O seu trabalho mostra que já existem lacunas de água que ascendem a cerca de 458 mil milhões de metros cúbicos de água por ano. Prevê-se que estes aumentem 6% com um aquecimento de 1,5°C e 15% com um aquecimento de 3°C.

“Mesmo aumentos relativamente modestos do défice hídrico podem exercer pressão sobre os ecossistemas e conduzir a graves carências para utilização agrícola, resultando em insegurança alimentar”, afirmou Rosa.

Estudo completo aqui

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