A Câmara de Castro Verde, no distrito de Beja, vai avançar com a criação de um Centro Interpretativo da Mineração na aldeia de A-do-Corvo, para valorizar e salvaguardar a “história mineira do concelho e da região”
“A ideia essencial deste projeto, que tem uma raiz museológica, é que seja um ponto de partida para uma janela que permita descobrir e conhecer aquilo que é a realidade” da mina de Neves-Corvo, situada neste concelho alentejano, disse hoje à agência Lusa o vice-presidente da câmara municipal, David Marques.
Segundo o eleito, a mina de Neves-Corvo, que produz essencialmente cobre e zinco e é uma das maiores da Europa, tem “45 anos de atividade e é um empreendimento que tem muita história para contar”.
“Mas tem, sobretudo, muita realidade presente para mostrar e muito futuro para projetar ao nível da inovação, da sustentabilidade, da tecnologia e da segurança”, frisou.
O vice-presidente do município disse ainda que o futuro Centro Interpretativo da Mineração em A-do-Corvo permitirá também dar a conhecer “aquela que é a realidade do dia-a-dia de milhares de pessoas que fazem desta atividade a sua profissão”.
“E, ao mesmo tempo, dar a conhecer esta realidade no contexto nacional e no mundo”, acrescentou David Marques, reconhecendo que este projeto possibilitará, em simultâneo, “evidenciar e valorizar a identidade mineira do concelho”.
“Para podermos reconhecer a importância da identidade mineira precisamos, em primeiro lugar, de conhecer o que se faz com projetos como este”, afirmou.
O futuro Centro Interpretativo da Mineração em A-do-Corvo é promovido pela Câmara de Castro Verde e vai integrar a rede de núcleos museológicos do Museu da Ruralidade já existente.
O projeto, ainda em fase de elaboração e sem valor de investimento estimado, foi apresentado, na quinta-feira, à população de A-do-Corvo, numa sessão que decorreu em parceria com a empresa Somincor, concessionária da mina de Neves-Corvo.
Em comunicado enviado à Lusa, a autarquia alentejana explicou que o futuro espaço será composto por um Núcleo Central Expositivo e Interativo, a instalar no edifício do atual centro de convívio da aldeia, “que permitirá aos visitantes compreender a atual atividade mineira”.
Serão igualmente criados circuitos exteriores de interpretação e descoberta, “com percursos acessíveis, via rodoviária e pedonal, entre A-do-Corvo e Neves da Graça, promovendo a exploração do território mineiro e das suas histórias”, acrescentou o município.
A instalação do Centro Interpretativo da Mineração no atual centro de convívio de A-do-Corvo implicará igualmente a requalificação da antiga escola primária da aldeia, edifício que não tem utilização atualmente e que passará a ter essa função, “com instalações mais modernas, funcionais e acessíveis”.
“Este Centro Interpretativo da Mineração é a ‘chave’ para todo este processo de transformação em dois edifícios e duas áreas adjacentes, que vão claramente transformar a imagem desta localidade”, concluiu o vice-presidente do município, David Marques.
LUSA