Um “pedaço” do oceano para a Expo 2025. Essa é, de uma forma metafórica, a proposta do Pavilhão de Portugal para quem o visita durante os 184 dias do evento. Projetado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, tem na sustentabilidade um dos seus pontos centrais. Além do espaço para exposições, terá uma loja, um espaço de restauração dedicado à promoção da gastronomia portuguesa e um espaço multiusos preparado para acolher eventos de diversas tipologias.
O projeto arquitetónico expressa a dinâmica do movimento oceânico através da desconstrução do espaço, utilizando cordas suspensas – num total de 9.972 cordas que pesam mais de 60 toneladas – e redes recicladas para criar um efeito perene e exposto aos elementos naturais como o sol e o vento. O volume do Pavilhão é marcado por uma instalação cénica que simboliza a praça superior suspensa como uma onda, criando uma imagem marcante para quem visita e para quem passa no exterior.
O Pavilhão beneficia de uma localização estratégica. Situado na zona ‘Empowering Lives’ do recinto da Expo 2025 Osaka, perto do Pavilhão do Japão, num lote com 1.836,75 m2. Com um investimento global de 13,6 milhões de euros, o Pavilhão apresentará uma dinâmica de jogo de luz e de sombra criado pelas cordas e pelas redes, proporcionando aos visitantes um espetáculo extraordinário, funcionando como um “farol” no recinto da Expo 2025 Osaka.
Esta localização oferece também um espaço único de interação entre o “Grand Ring” da Expo 2025 Osaka e o Pavilhão. A vista exterior do Pavilhão de Portugal no corredor aéreo deste recinto transmite a sensação de flutuação e imersão, num ambiente dinâmico, à medida que os visitantes percorrem o espaço.
Na sua construção são utilizados materiais locais e técnicas tradicionais de forma inovadora, alinhando-se com os princípios de economia circular e reduzindo a pegada carbónica. Ficou definido que o projeto do Pavilhão, em todas as suas componentes, terá obrigatoriamente de respeitar os conceitos de sustentabilidade e economia circular, prevendo a facilidade de desmontagem, reutilização de materiais e “estandardização de unidades” quanto a suportes, materiais e equipamentos. A aplicação destes princípios reforça a mensagem de respeito pelo oceano, em sintonia com o tema que Portugal leva à Expo 2025 Osaka – “Oceano: Diálogo Azul”.
Arquiteto de renome mundial
Kengo Kuma é um arquiteto de renome mundial e uma grande referência no Japão, conhecido pela sua abordagem inovadora e pelo uso de materiais naturais, o que eleva o prestígio do Pavilhão português e aumenta a visibilidade de Portugal nesta exposição mundial onde, de acordo com a organização, se espera que, do total de visitantes do recinto, estimado em 28,2 milhões, cerca de 90% sejam japoneses. A equipa do arquiteto Kengo Kuma integra arquitetos portugueses, em que destacamos a arquiteta Rita Topa, com um papel preponderante neste projeto.
Entre as obras de Kengo Kuma em Portugal encontram-se a renovação do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, e a reconversão do antigo Matadouro Industrial de Campanhã, no Porto, em centro empresarial, social e cultural. A assinatura do atelier japonês nesta obra potenciará o aumento dos fluxos de visitantes, maioritariamente japoneses, que desejarão ver o Pavilhão de Portugal e, assim, promovendo a cultura e os valores portugueses junto deste público.