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Portugal e Brasil devem reforçar políticas de combate aos incêndios, diz especialista da FAO

Os devastadores fogos na Califórnia revelam limites do modelo focado apenas no combate às chamas, indicou uma especialista da FAO alertando que Brasil e Portugal são também focos desse evento climático extremo e devem reforçar políticas integradas

Numa entrevista à ONU News, Amy Duchelle, chefe da Equipa de Florestas e Clima da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), afirmou que o mundo vive uma nova era de incêndios florestais catastróficos, alimentados pelas alterações climáticas.

A especialista defendeu que a abordagem para lidar com estes eventos extremos precisa ser diferente, fazendo referência à tragédia em curso no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, mas também a episódios recentes no Brasil e em Portugal.

“Temos visto que os incêndios têm aumentado rapidamente em intensidade, escala e duração em todos os países realmente, mas inclusive no Brasil e Portugal. As causas deste aumento são várias, mas muito devido às mudanças climáticas e às mudanças no uso da terra”, disse. 

“Para enfrentar este desafio é necessária uma mudança de paradigma, de uma abordagem focada no combate ao fogo, que vemos nesse caso de Los Angeles, que tem os seus limites, para uma abordagem mais holística e integrada de gestão de manejo do fogo”, defendeu Amy Duchelle.

Para a especialista da FAO, os incêndios de Los Angeles revelam os limites da tentativa de apagar chamas que estão fora de controlo, mesmo no contexto de um sistema muito bem equipado e preparado, como é o caso da Califórnia. 

Amy Duchelle enfatizou que os países precisam de investir mais em prevenção, redução e prontidão, inclusive para evitar gastos excessivos com o combate ao fogo e reconstrução pós-incêndio.

“Brasil, Portugal e outros países têm políticas nacionais sobre manejo integrado de fogo, que se concentram em elementos que são revisão e análise das causas dos incêndios, redução de risco, preparação para combater os incêndios, o combate mesmo quando temos incêndios que estão fora de controlo e, finalmente, a recuperação de paisagens e infraestrutura, de todos os danos e perdas que acontecem com estes incêndios”, observou.

A representante da FAO realçou à ONU News que as projeções mostram aumentos substanciais na intensidade, frequência e escala dos incêndios florestais nos próximos anos.

A especialista explicou que, além de serem alimentadas por condições mais quentes, as chamas também libertam CO2 na atmosfera, contribuindo ainda mais para a crise do clima, criando “um ciclo vicioso do qual é difícil sair”.

Na quarta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, referiu-se à devastação causada pelo fogo em Los Angeles como um exemplo inequívoco da crise climática.

Num discurso perante a Assembleia-Geral, António Guterres disse que a cidade “passou do lar dos filmes de desastre para uma cena de desastre”.

António Guterres, que elegeu a crise climática como uma das prioridades do seu mandato, apontou a abordagem desse mesmo problema como essencial para 2025.

“Quem paga o preço pela destruição climática observada no mundo? Não é a indústria de combustíveis fósseis, que embolsa lucros e subsídios dos contribuintes enquanto os seus produtos causam estragos. São as pessoas comuns. (…) E, particularmente, sofrem os mais vulneráveis, que menos fizeram para desencadear essa devastação”, frisou.

LUSA

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